Mário Fofoca, papel de Luis Gustavo em Elas por Elas, novela de Cassiano Gabus Mendes exibida pela Globo em 1982, fez tanto sucesso que ganhou uma série semanal um ano depois, nas tardes de domingo.
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O detetive atrapalhado, curiosamente, apareceria em apenas quatro capítulos, mas conquistou a audiência e ficou até o final. Virou um ícone dos anos 1980. Além da série, ganhou filme nos cinemas e ressurgiu, quase 30 anos depois, em outra novela da Globo.
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A série era o quarto spin-off (produção derivada de outra obra) da história da Globo: em 1972, Shazan (Paulo José) e Xerife (Flávio Migliaccio) ganharam vida própria em Shazan, Xerife & Cia após o sucesso na novela O Primeiro Amor; em 1978, Kika e Xuxu, personagens de Clarice Piovesan e Stênio Garcia, saíram do humorístico O Planeta dos Homens para ganharem seu próprio seriado; e, em 1980, as aventuras de Odorico Paraguaçu (Paulo Gracindo) voltaram na produção homônima O Bem-Amado.
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Mário Fofoca seria um personagem de pouca importância em Elas por Elas. Convidado pelo autor Cassiano Gabus Mendes, Luis Gustavo deu vida ao atrapalhado detetive que usava sempre a mesma roupa, gaguejava e dificilmente resolvia algum caso, criando muitas confusões.
Em depoimento ao programa Grandes Atores, do canal Viva, gravado em 2014, Luis Gustavo revelou que, a princípio, ficou indeciso ao receber o convite do autor, porque o personagem ia participar apenas de quatro capítulos. “Voltei atrás, fiquei com ele na cabeça, mas pedi ao Cassiano para me deixar mais tempo na produção, uns 20 capítulos, pelo menos. Aí fiz, e não deu outra: no terceiro capítulo, só dava Mário Fofoca. Peguei na veia. Recebia os textos e já tinha tudo na cabeça. Foi um sucesso total até o final”.
Em 10 de março de 1983, três dias antes da estreia da série na Globo, foi lançado no cinema o filme As Aventuras de Mário Fofoca. “Hoje só me chamam de Mário Fofoca, e nunca tive tanto público infantil como agora”, disse o ator à Folha de S.Paulo de 3 de março de 1983.
Mudanças na história
Para ir ao ar, a nova história contou com algumas transformações no núcleo de Mário Fofoca dentro de Elas por Elas. O detetive deixou São Paulo, onde se passava a novela, e se mudou para o Rio de Janeiro, para facilitar a produção.
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Com ele, foram apenas dois personagens: seus pais, Evilásio (Felipe Carone), seu maior fã e incentivador, e Raquel (Ana Ariel), que vivia de mau humor e criticando a profissão do filho. Wanda (Sandra Bréa), irmã de Mário na novela, não estava na nova produção.
Em Elas por Elas, Mário Fofoca contava com um grande amigo, Renê (Reginaldo Faria), que tinha um escritório ao lado do seu. Como o personagem também não migrou para a nova produção, o detetive ganhou um novo companheiro para compartilhar suas descobertas: o corretor de imóveis Donato, vivido por Osmar Prado, que não ia bem em seu trabalho e mergulhava de cabeça nas investigações. Ambos já eram amigos e se reencontraram no início da série.
O objetivo da produção, segundo Luis Gustavo, era “agradar as crianças sem encher o saco dos adultos”. A série era dirigida por Adriano Stuart, com textos de Luis Fernando Veríssimo, Carlos Eduardo Novaes, Bráulio Pedroso e Carlos Lombardi. Cassiano Gabus Mendes escreveu somente o primeiro episódio, Vista Chinesa.
Mário Fofoca, no entanto, não obteve o mesmo êxito de Elas por Elas, e foi cancelada após 17 episódios, em 3 de julho de 1983. O personagem voltou a aparecer em produções da Globo em outras duas ocasiões: em 1996, num episódio do humorístico Sai de Baixo, e em 2010, no remake da novela Ti Ti Ti.