Ontem (22), Patrícia Abravanel se despediu do programa Eliana. A filha número 4 de Silvio Santos, que está saindo de licença-maternidade, devolve o comando do dominical para a titular, de volta após o nascimento de Manuela, em setembro. Não será tarefa fácil para a loira, única mulher na guerra de audiência deste (complicado) dia. Durante sua ausência, Patrícia deu um ar mais descontraído à atração – e chegou a roubar preciosos pontinhos de Rodrigo Faro, da Record, seu principal concorrente. Mais do que isso: Patrícia Abravanel provou estar pronta para outros voos, bem mais altos.
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A moça foi recrutada para o time do SBT em 2011, dez anos após tornar-se conhecida em todo o país em razão de seu sequestro. Foi garota-propaganda da Jequiti e do Baú da Felicidade, antes de ser convocada para participar do Jogo dos Pontinhos, quadro do Programa Silvio Santos. Após o Festival 30 Anos, ganhou o Cante Se Puder (2012), competição musical que conduziu em parceria com Márcio Ballas. No mesmo ano, assumiu a versão diária do game-show Roda a Roda.
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O Máquina da Fama surgiu em 2013. E fez ruir todas as investidas da Record nas noites de segunda-feira: do jornalístico Repórter Record ao Programa Xuxa Meneghel, que lançou a Rainha dos Baixinhos na emissora de Edir Macedo – maior aposta do canal nos últimos anos – após quase três décadas na Globo. Agora, enquanto ancorava o Programa Eliana, a apresentadora viu o formato, lamentavelmente já desgastado, ser extinto.
Sem uma atração para chamar de sua, Patrícia Abravanel não deve ter ideia do que a espera em seu regresso ao SBT, após o nascimento da filha Jane. Boatos dão conta de que o pai pretende encaixá-la no domingo, no horário que hoje pertence ao combalido Domingo Legal, de Celso Portiolli – cogitado para as tardes de sábado, na vaga de Raul Gil, sempre rumo à porta de saída. Talvez os domingos, embora a moça esteja pronta para tal, não seja o melhor dia. Por que não testá-la aos sábados, numa faixa em que Gugu Liberato reinou por anos e Portiolli revitalizou tempos atrás?
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Vale lembrar que Patrícia já esteve a caminho das noites deste dia – que hoje também padece de boas opções, fora o excelente Altas Horas de Serginho Groisman, na Globo. Em 2012, ela gravou pilotos do Sábado à Noite, uma versão moderninha do Show de Calouros, que fez a fama de Silvio Santos em décadas passadas. O projeto teria sido cancelado a pedido da própria, insatisfeita com o resultado artístico das primeiras gravações. Convenhamos: hoje, ela merece mais.
Pati – perdoem a intimidade – tem desprendimento e domínio de palco; no comando do Rola ou Enrola interagiu com os participantes de um modo que Eliana (sempre “presa” ao púlpito) quase nunca fez. Também é desenvolta em externas. Autêntica, se deixou emocionar por diversas vezes com histórias de vida – pautas que, no concorrente Hora do Faro, quase sempre soam exageradas, do roteiro e direção ao tom de voz do apresentador.
Falta, evidentemente, aparar algumas arestas: por vezes, notamos que a apresentadora eleva os decibéis, mesmo estando sempre de microfone na mão. Há também de se “limpar” a imagem: para boa parcela do público, Patrícia Abravanel ainda é a mocinha equivocada que disse não tratar a homossexualidade como “algo normal” em participação no Jogo dos Pontinhos. Recentemente, vimos seu nome citado por um dos delatores da Operação Lava-Jato – e numa tentativa de Ticiana Villas Boas, ex-funcionária do SBT e esposa de um dos principais implicados no esquema de corrupção, de retirar a referência à filha do ex-patrão dos autos do processo.
Espera-se que o SBT e Silvio Santos, claro, escolham o melhor para Patrícia Abravanel. Que corrijam o que for necessário e que procurem o formato mais adequado às qualidades dela como artista e apresentadora. Sabemos que ela será o grande nome do canal um dia. Que esta escalada de sucesso não seja interrompida por estratégias ou posições equivocadas.