André Santana

Na reta final, a 10ª temporada do MasterChef Brasil vem passando em brancas nuvens. O talent show culinário da Band ficou longe de repetir o frisson de suas temporadas de maior sucesso, quando provocava discussões apaixonadas nas redes sociais.

MasterChef - Ana Paula Padrão
Ana Paula Padrão à frente do MasterChef (Reprodução / Globo)

Além da repercussão nula, o programa também amarga a pior audiência de sua história. Com isso, fica claro que o MasterChef já deu o que tinha que dar.

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Recorde negativo

Jurados e apresentadora do MasterChef 2023
Rodrigo Oliveira, Helena Rizzo, Erick Jacquin e Ana Paula Padrão no MasterChef 2023 (Divulgação / Band)

O MasterChef Brasil deve encerrar a atual temporada com a pior audiência de sua história. De acordo com dados do Kantar Ibope Media divulgados pelo site NaTelinha, a atração registra média de 2,1 pontos na Grande São Paulo, considerando seus 10 primeiros episódios.

Trata-se de uma queda de 28% com relação à temporada com amadores exibida no ano passado, que registrou, no mesmo período, 2,9. Considerando os atuais 2,1, a audiência do MasterChef é a pior de sua história. Um recorde negativo que, até então, pertencia à mais recente edição com profissionais, que deu 2,2.

Ou seja, a atual temporada do MasterChef caminha para fechar com o pior desempenho de todos os tempos. Uma situação, no mínimo, melancólica, já que se trata de uma atração que chegou a disputar a liderança de audiência no passado.

Deu errado

Henrique Fogaça
Henrique Fogaça (Divulgação / Band)

A Band fez o que pôde para tentar dar uma sobrevida mais digna ao MasterChef. Tanto que, no lançamento da temporada atual, foram anunciadas novas provas, com maior nível de dificuldade. Caixas misteriosas “inovadoras” e uma maior exploração da culinária regionalista estavam entre as supostas “novidades”.

Mas, na prática, tudo soou como meras mudanças cosméticas. Por mais que se aumente o nível das provas, ou se aposte em surpresas para tirar os participantes da zona de conforto, fato é que a dinâmica do MasterChef permaneceu a mesma. As modificações não trouxeram um efeito prático na atração.

Soma-se a isso a debandada das estrelas do programa. O MasterChef perdeu muito com as saídas de Paola Carosella e Henrique Fogaça, que formavam um excelente trio ao lado de Erick Jacquin. Helena Rizzo e Rodrigo Oliveira, seus substitutos, têm qualidades, mas passam longe do poder magnético de seus antecessores. Fogaça volta em breve, mas o estrago já foi feito.

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Hora do fim

Paola Carosella no MasterChef
Paola Carosella no MasterChef (Reprodução / Band)

A situação crítica do MasterChef Brasil não chega a surpreender, se considerarmos que a própria Band não colaborou para evitar tamanho desgaste da fórmula. A emissora se lambuzou com o sucesso da atração e passou a emendar temporadas, o que cansou o público rapidamente.

O canal sempre foi muito criticado por isso, mas nunca deu bola para os comentários. Pelo contrário, tratou de ampliar ainda mais o espaço do programa. Tanto que, no ano passado, o MasterChef teve nada menos que quatro versões “emendadas”: amadores, Profissionais, MasterChef+ (com idosos) e MasterChef Junior (com crianças).

É compreensível a resistência da Band a pegar mais leve com o programa. Afinal, mesmo em baixa, o MasterChef ainda traz bons resultados de faturamento e se destaca em meio a uma grade com poucos atrativos. Porém, se nada for feito para reverter tamanha saturação, o canal perderá este último trunfo também. E aí, faz o que?

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor