Em abril de 2002, Kléber Bambam fez história ao se tornar o primeiro vencedor do Big Brother Brasil. Longe de ser favorito no início do reality, o dançarino paulista entrou na casa por um motivo pitoresco e surpreendeu até Boninho.
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Em entrevista à revista Playboy de maio de 2002, o diretor da atração explicou como Bambam foi parar dentro do BBB.
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“O que mais chamou a nossa atenção foi quando ele disse por que queria ficar na casa: para não precisar morar de favor na casa dos amigos. E mesmo se não ganhasse, ficaria dois meses sem pagar aluguel. A gente achou a sacada genial”, contou.
“Não era a minha aposta”
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O diretor também contou que não acreditava que Bambam iria levar o primeiro programa.
“Kléber é aquilo mesmo, um caipirão doce, esperrrrto [fala com sotaque caipira, fazendo força nos erres], que entrou na casa para arrumar um lugar para morar e, quem sabe, comer alguém. Ele manteve a calma e não estourou nem no último dia, quando rolou a história de que andava por aí com uma supermoto. Ele dizia que a moto era do cunhado, mas é dele mesmo. Kléber não tinha capacidade para criar um personagem achando que isso o levaria à vitória. Mas ele não era a minha aposta para ganhar”, enfatizou Boninho.
A opinião do diretor foi mudando com o passar dos dias.
“Até o meio eu e a equipe achávamos que o André tinha mais chances do que os outros. No final, era a Vanessa, até porque tinha aquele lance do casalzinho com o Sérgio. Sem falar da Leka. Com o seu jeito de doida e os peitões turbinados, ela foi a recordista nos chats. No dia em que ela bateu papo com os internautas, os acessos foram tantos que paralisaram o Globo.com”, destacou.
“Eu e a equipe giramos como uma metralhadora, às vezes com ódio de um e torcida para outro. Conforme o dia vai andando e as coisas acontecendo, mudam os sentimentos. Esse lado de curtir e descurtir é o que nos ajuda a construir o programa. Às vezes até a gente se surpreende: o Bruno, ex-modelo de muito sucesso, bem-formado, dava a pinta de ser o bom garoto e quando entrou na casa se transformou em uma mala daquelas. Virou o pitboy chato”, completou.
Boicote
Mas a vitória de Kléber não veio facilmente. Em determinado momento, o participante era boicotado pelos demais participantes, o que acabou fazendo com que ganhasse a simpatia do público. Mas ele chegou a fazer as malas para deixar a casa.
“Os outros participantes estavam comendo e comendo ficaram, ignorando o Bambam. Vi que a coisa era séria e dei o sinal para ele vir conversar no confessionário. Achava uma bobagem para ele e um problema para mim: era domingo e eu teria os programas de segunda e terça para fazer e sem o suspense da votação, já que o candidato da semana estaria eliminado”, explicou o diretor.
“Foi tudo através do olho mecânico. Ele olhava para o teto, faz parrte [novamente imitando o sotaque caipira de Bambam]. Reclamava que ninguém gostava dele. O que no fundo era verdade: naquela semana, ele foi o único que não havia votado nele para sair da casa. Contei para ele das experiências que eu tinha dos outros programas, ficamos conversando 40 minutos e acabei o convencendo a ficar. Imagine se ele tivesse ido embora”, completou.
Bambam aguentou, arrumou uma companheira (a boneca Maria Eugênia, feita de sucata, que gerou-lhe uma crise de choro quando foi tirada da casa) e acabou vencendo a atração no dia 2 de abril de 2002, com 68% dos votos, contra 21% de Vanessa e 11% de André. Colocou R$ 500 mil bolso e ficou famoso em todo o Brasil.