Parcerias, riscos e mais: Comandante Dudu, da RecordTV Minas, conta como é a rotina das transmissões realizadas com helicópteros

Atualmente, muitas emissoras de televisão do Brasil e do mundo possuem um helicóptero para dar dinamismo, rapidez aos fatos e, principalmente, ir à notícia onde ela estiver. E em Belo Horizonte não é diferente.

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A bordo de um helicóptero modelo Robinson 44, Eduardo Barbatti, mais conhecido como Comandante Dudu, e o cinegrafista Amadeu Barbosa, sobrevoam os céus de BH de segunda a sexta-feira, trazendo informações inéditas durante o Cidade Alerta MG ou quando são chamados com urgência em outro horário para colaborarem com o jornalismo da RecordTV Minas.

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Nessa entrevista exclusiva ao TV História, o comandante nos contou como é a rotina de sobrevoar a capital mineira, a preparação dos voos e algumas curiosidades da profissão.

Leia a entrevista na íntegra:

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TV História – Como você se interessou pela aviação?

Comandante Dudu – Na minha família costumamos dizer que a aviação está no sangue. Apesar de não haver nenhum aviador na minha casa, desde pequeno sempre gostei; mas meu primeiro sonho foi ser piloto de avião. Meus pais viram que essa seria minha vocação, então começaram a se programar quando eu ainda era bem jovem e, um ano antes de começar o meu curso, eles me levaram ao aeroporto para fazer um voo de experiência em um avião e em um helicóptero. E, apesar do sonho inicial ser o avião, optei pelo helicóptero, foi amor à primeira vista.

Como surgiu a oportunidade de trabalhar como piloto de helicóptero para TV?

Comecei minha carreira como piloto particular em Petrópolis, no Rio de Janeiro, entretanto um amigo que trabalhava como piloto para a RecordTV aqui em Belo Horizonte, arrumou uma outra oportunidade e me indicou para o seu lugar. Fiz um teste, fui aprovado e já faz seis anos que estou pilotando o helicóptero para a TV.

Como é sua rotina?

Hoje nós somos dois pilotos, por conta da escala de trabalho. O meu plantão é de segunda a sexta-feira das 14h às 22h. Então qualquer coisa que acontecer nesse horário, eu decolo. Estou no plantão da tarde por preferência da TV, para “bater uma bola” com o Hélverte Moreira durante o Cidade Alerta Minas.

Quando você chega no hangar, o que você faz?

Quando chego no hangar, faço o plano de voo, no qual coloco o local de decolagem, destino, altitude que quero voar, tempo de voo, combustível e quantas pessoas a bordo. Esse plano de voo demora alguns minutos para ser aprovado e, assim que ele entra em vigor, já podemos decolar.

Como é o seu trabalho e o do Amadeu (cinegrafista) durante o voo?

Nós somos uma equipe, não tem o Dudu ou o Amadeu, é um nome só: “Duduamadeu”. O tempo todo dialogamos e tentamos buscar a melhor imagem. Eu brinco com ele dizendo que nosso voo é como um gráfico: lá no topo eu tenho uma segurança maior, enquanto ele tem uma linha de imagem que está lá embaixo, ou seja, conforme vou diminuindo a segurança, a imagem vai melhorando. Então a gente trabalha para manter a melhor segurança aliada à melhor imagem, nunca deixando a segurança em segundo plano.

É preciso ter uma boa parceria para fazer este tipo de trabalho?

É um trabalho em conjunto o tempo inteiro, como uma engrenagem. Se acontecer qualquer problema, compromete o trabalho inteiro, pois nós não vendemos voo e sim imagens. Já são seis anos de parceria e o Amadeu tornou-se mais que um amigo de trabalho. Nós nunca queremos aparecer mais que o outro, o que mantém essa engrenagem, pois já vi casos de cinegrafistas e pilotos não conversarem e comprometerem todo um trabalho.

Já passou algum perrengue em um voo no qual você estava ao vivo?

Certa vez nós estávamos prontos para entrar ao vivo para falar sobre o trânsito na Avenida Nossa Senhora do Carmo, uma das mais movimentadas de Belo Horizonte, e um dos magnetos do motor do helicóptero parou, então perdemos cerca 40% da potência. Na hora, o helicóptero começou a vibrar muito e perder a potência, então, de imediato, iniciei a manobra de correção para descer a aeronave. Nesse momento em que desci, o motor disparou de rotação. Achei que fôssemos morrer, mas foquei e vi que tinha potência. Quando já estava curvando para algumas quadras, para fazer um pouso de emergência e evitar uma tragédia, recuperei o helicóptero e consegui voar até ao aeroporto com aqueles 60% de potência que havia restado.

Algum episódio em que você sentiu orgulho da profissão que escolheu para a vida?

Tenho dois episódios bacanas. Nós possuímos uma parceria muito legal com o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais e um dia fomos acompanhar um resgate de dois amigos que estavam perdidos na mata. Enquanto estávamos gravando imagens para a TV, aproveitamos e também ajudamos os militares. Quando o helicóptero dos Bombeiros se deslocou para uma outra área, as pessoas fizeram uma fogueira para chamar a atenção da nossa aeronave, que ficou no local. Nós avistamos e imediatamente comunicamos para iniciar o resgate. Devido a essa ação, eu e o Amadeu recebemos uma homenagem e um Certificado de Honra ao Mérito por ajuda em serviço. E outra situação foi de uma família que capotou o carro na BR-381, e o pai, que era um dos passageiros, conseguiu contato com o helicóptero do Corpo de Bombeiros, entretanto o mesmo não visualizava o carro. Nesse momento, já estávamos sobrevoando a região para gravar imagens, mas, quando soubemos que os bombeiros estavam com essa dificuldade, paramos de gravar e iniciamos a procura pelo carro. O Amadeu deu algumas dicas de como procurarmos e, alguns minutos depois, ele conseguiu visualizar o carro com as rodas viradas para cima. Novamente avisamos aos militares, eles realizaram o salvamento e os quatro ocupantes saíram ilesos.

E o que você tirou dessa experiência?

Voltamos para casa com a sensação de dever cumprido, aliás todos os dias voltamos para casa com essa sensação, mas algumas vezes Deus nos mostra que podemos fazer mais e nós soubemos aproveitar essa situação do nosso serviço para o bem.

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