Além das entrevistas, o Jô Soares Onze e Meia e o Programa do Jô ficaram marcados pelo talento e pela irreverência dos companheiros de palco do apresentador. Os músicos do Quarteto Onze e Meia (que depois virou sexteto e voltou a ser quarteto), como Bira e Derico (foto abaixo), sempre tiveram espaço na atração.
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Ubirajara Penacho dos Reis, o Bira, nasceu em Salvador (BA) e, desde cedo, mostrou paixão pela música. Autodidata, ele aprendeu sobre os instrumentos musicais e suas sonoridades.
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A grande paixão de Bira pelo baixo começou quando o músico fez parte do coral da Universidade Federal da Bahia. Além disso, ele teve total apoio de Luiz Chaves, que integrava o Zimbo Trio. A partir disso, o músico entrou de cabeça no mundo da música, passando a se dedicar como seu principal trabalho.
Bira se mudou para São Paulo, buscando se firmar na profissão e fazer shows na capital paulista. Entretanto, foi na televisão que ele encontrou seu espaço ao ser contratado para fazer parte da banda do programa do Chacrinha. Após essa experiência, ele buscou firmar-se em outra orquestra e foi ali que tudo mudou em sua vida.
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Parceria com Jô Soares
O SBT possuía duas orquestras, do maestro Oscar Milani e do maestro Zezinho, e Bira fez parte desses dois grupos que tocavam em todos os programas de auditório da casa. Viva a Noite, Qual é a Música, Flávio Cavalcanti, Show de Calouros, entre outros, foram os programas em que o baixista se apresentou. Porém, em 1988, ele passaria a se destacar em uma nova atração.
Em agosto de 1988, Jô Soares estreava no SBT com o Jô 11 e 30, primeiro talk show da emissora. Foi nele que Bira fez parte do Quinteto Onze e Meia. Ao lado de Rubinho, Osmar, Derico e Miltinho, o baixista ficou conhecido por sua risada alta e vibrante, que muitas vezes divertia mais o público do que a piada contada pelo apresentador. E isso se tornou sua marca registrada.
Em 2000, o conjunto foi para a Globo com juntamente com Jô. O programa continuava sendo um êxito e a risada de Bira seguia como ponto alto do show.
Fim da linha
Em 2016, no entanto, a emissora anunciou o fim da produção.
“A notícia chegou aqui com um telefonema: ‘tal dia, todo mundo na Globo’. 10h, no quinto andar, encontro na mesa um rapaz chamado Otávio, eu trabalhei com ele no SBT. Eu fui pondo a mão na mesa para me sentar, ele falou: ‘O Programa do Jô acabou’. Eu dei risada. A vida lá dentro só tinha riso”, contou Bira ao programa Tricotando, da RedeTV!.
Mesmo com o bom humor, Bira sentiu muito o fim do programa, e não estava preparado para esse momento.
“O Bira não acreditou no fim, mesmo depois do programa ter acabado. Ele achava que um dia poderia voltar. O Bira vivia aquilo de fato, e ele entrou em depressão. Ele poderia ter guardado uma grana, ter pensado o que fazer depois, mas não deu”, disse Derico ao podcast Ticaracaticast.
Morte
Bira morreu no dia 22 de dezembro de 2019, aos 85 anos, após ficar internado por conta de um AVC (acidente vascular cerebral).
Jô Soares lamentou a morte do colega, afirmando que, além de um amigo amado, era um dos protagonistas de seu programa.
“O Bira era muito querido pela plateia e pelo público. Quando fazíamos shows fora da televisão, ele era sempre o mais aplaudido quando era anunciado. As coisas acontecem do jeito que têm de acontecer. Vão ficar muitas saudades. Eu só espero que ele não tenha sofrido, porque o Bira não merecia isso”, lamentou o apresentador em entrevista à Veja.