Em 1988, Jô Soares foi contratado pelo SBT para comandar dois programas: o Jô Soares Onze e Meia e Veja o Gordo. Para o humorístico, o apresentador fez um pedido para Silvio Santos – que contratasse um diretor experiente.

Silvio acatou o desejo, fez a contratação, mas o profissional acabou falecendo um dia depois da grande estreia do programa.

Presente em clássicos do humor

Paulo Celestino e Oscarito

Paulo Celestino começou a sua carreira no teatro, mas a fama mesmo veio no cinema, quando ele fez cerca de 40 filmes na Época de Ouro das chanchadas, ao lado de Oscarito (na foto acima com ele). Do cinema para a televisão foi um pulo e o comediante passou a trabalhar em grandes sucessos da TV.

Ele esteve presente em programas como Noites Cariocas, O Riso é o Limite, Chico Anysio Show, que na época era exibido pela extinta TV Excelsior, e no clássico Times Square, um marco do humor na TV.  A partir disso, ele não saiu mais da televisão e se tornou um dos grandes nomes do riso.

Em 1968, foi contratado pela Globo para fazer parte do Balança, Mas Não Cai, um sucesso da rádio que migrou para a televisão. Em meados da década de 1970, foi para a TV Tupi, onde atuou e dirigiu programas de humor como Domingo é Dia de Show, Alegríssimo, Agência Lig-Pag, entre outros.

Além da televisão, ele foi diretor de elenco do Teatro Psicodélico, que ficava em São Paulo.

De olho no gosto popular

Reapertura SBT

Quando o SBT entrou no ar, em 1981, Paulo foi um dos contratados para dirigir um grande sucesso vindo da extinta Tupi. Reapertura (foto acima) era um programa com piadas simples e de duplo sentido, que incomodava a Globo na audiência. A emissora carioca levou boa parte do elenco e Celestino foi junto para ressuscitar o Balança Mas Não Cai.

Paulo acabou não gostando do que viu na emissora carioca e voltou para o SBT.

“Fiquei um mês e não gostei. Para mim, como diretor, não estava legal porque a Globo exige demais. São reuniões em cima de reuniões e muitas pessoas cobrando tudo da gente. Preferi voltar à TVS, mesmo ganhando a terça parte do que ganharia na Globo, mas com tranquilidade e liberdade de trabalho. A Globo é como a Beija-Flor: muito bonita, mas sem samba no pé. Considero a TVS a União da Ilha, boa, bonita e barata” falou ao Jornal do Brasil, em 4 de abril de 1982.

Celestino ficou na emissora de Silvio Santos até 1983, quando o Reapertura saiu do ar. Ele voltaria à Globo para trabalhar em um programa com humor sofisticado e bem produzido – Viva o Gordo -, que se tornou um dos principais produtos da emissora carioca nos anos 1980.

O adeus após a festa

Quando Jô assinou com o SBT, no final de 1987, ele levou boa parte da equipe do Viva o Gordo para o Veja o Gordo (foto acima). O humorista fez um pedido para Silvio – que Paulo Celestino fosse contratado. O animador acatou o pedido na hora.

No dia 8 de março de 1988, Paulo completava 64 anos e ganhou uma grande festa da produção da atração, que entrou no ar um dia antes. Após o final da celebração, Celestino sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Ele acabou não resistindo e faleceu.

Os quadros já gravados por Paulo foram exibidos para homenagear o legado desse grande humorista e diretor.

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Fábio Marckezini é jornalista e apaixonado por televisão desde criança. Mantém o canal Arquivo Marckezini, no YouTube, em prol da preservação da memória do veículo. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor