A Globo finalmente oficializou a data da retomada dos folhetins inéditos da faixa das 18h. A estreia de Nos Tempos do Imperador acontecerá em 22 de fevereiro e o departamento comercial da emissora já corre contra o tempo para vender espaços nos intervalos comerciais da trama. O setor está usando uma tática no mínimo controversa para chamar a atenção do mercado publicitário.
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A reportagem do TV História obteve acesso, em primeira mão, ao plano comercial que foi enviado para as agências de publicidade sobre a nova novela das seis. No documento, a Globo dá a entender que a mulher não pode escolher o que quer assistir na televisão, tendo que respeitar as escolhas de seus maridos e filhos.
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Para descrever o clima da casa do telespectador no horário em que Nos Tempos do Imperador irá ao ar, a emissora diz que “é justamente nesse momento que as mulheres se sentem a dona da TV”. Na sequência, o documento justifica a teoria, afirmando que “os filhos estão no quarto e os maridos ainda não chegaram”.
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As frases criadas pelo departamento comercial não foram bem recebidas pelos anunciantes. Grande parte do mercado entendeu que a rede, numa tentativa de atrair marcas com foco no público feminino, subjugou as mulheres, relegando-as a um papel exclusivo de donas de casa, dependentes de seus maridos e filhos.
O discurso, por sinal, é contraditório até mesmo ao analisar as demais páginas do documento. Em outra parte dele, a Globo tenta chamar a atenção do mercado afirmando que a nova novela será composta por “protagonismo feminino, com heroínas consistentes e personagens fortes e determinadas”.
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Ao subestimar o público de sua dramaturgia, dando a entender que a única função da mulher que assiste a novela das seis é ficar em casa, esperando pacientemente seus maridos e filhos, a Globo contradiz até mesmo uma filosofia adotada nos últimos tempos por todas as suas empresas: a pluralidade e a igualdade de gêneros.
Nos Tempos do Imperador será uma das primeiras novelas da Globo a estrear já com a definição de seu tempo de exibição: o folhetim ficará no ar por seis meses. “Com a duração exata do período da trama, a marca se associa à obra com novos formatos de exposição e ações integradas ao conteúdo”, justifica a emissora.