Produzida pela Globo em 1983, a novela Pão-Pão, Beijo Beijo alcançou um ótimo resultado de audiência na época de sua exibição. A trama, que marcou a volta de Walther Negrão à Globo depois de nove anos, caiu no gosto do público com sua trama leve e romântica.

Pão Pão Beijo Beijo

No entanto, a trama chamou a atenção não apenas pelo seu enredo simpático, mas também pelo título inusitado. Naquela época, o público entendeu que se tratava de um trocadilho com uma expressão popular que, embora não tivesse nada a ver com a trama, tinha lá sua graça.

Mas, quase 40 anos depois, o título soa ainda mais inusitado. A nova geração, provavelmente, não entende a expressão e nem o trocadilho que dá nome à história de Walther Negrão. Assistir à novela também não facilita na tentativa de descobrir do que se trata, pois, como já foi dito, a trama não tem nada a ver com o título.

De onde veio o título de Pão-Pão, Beijo-Beijo?

Walther Negrão

Na época da produção da novela, era muito comum a expressão “pão pão, queijo queijo”. Era uma expressão utilizada quando se queria dizer que algo estava muito claro, muito bem explicado.

Assim, Pão-Pão, Beijo-Beijo faz um trocadilho com tal expressão, substituindo a palavra “queijo” por “beijo”. Ou seja, a novela tem um título “engraçadinho”, mas que não quer dizer nada.

Segundo o site Teledramaturgia, do nosso colunista Nilson Xavier, o título de Pão-Pão, Beijo-Beijo foi definido pelo próprio José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, diretor artístico e de operações da Globo na época.

Boni

O nome de trabalho da novela era, a princípio, O Condomínio. Depois, mudou para Sanduíche de Coração, que se tornou o título da música de abertura, feita sob encomenda pelo grupo Rádio Táxi. Até que veio o nome definitivo, Pão-Pão, Beijo-Beijo.

Em depoimento ao livro Biografia da Televisão Brasileira, de Flávio Ricco e José Armando Vanucci, o autor Walther Negrão explicou o motivo de Boni ter imposto tal título.

“Só porque uma amiga da mulher dele vendia sanduíche na praia e a abertura mostraria isso!”, declarou.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor