Pantanal recebe as mesmas críticas da versão original: “Conversa pra boi dormir”

Para muitos espectadores de Pantanal, a novela da Globo perdeu o pique. Nos últimos capítulos da trama, as constantes reviravoltas deram espaço a um sem-número de diálogos repetitivos e situações que pouco contribuem para o andamento da obra de Benedito Ruy Barbosa, atualizada por Bruno Luperi.

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Entretanto, a mesma coisa aconteceu com a versão original da obra, exibida em 1990 na TV Manchete. Uma matéria da Folha de S. Paulo, assinada por Marcelo Xavier de Mendonça e publicada em 15 de julho de 1990, apontava tudo o que estava ficando aborrecido no folhetim.

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“Aparentemente embriagada pelo sucesso de audiência que amedrontou a toda-poderosa líder de audiência, Pantanal começa a atolar na repetitividade dos diálogos e na absorção de todo o tipo de merchandising”, começa o texto.

De acordo com a publicação, a novela estava dando espaço às “inovações” trazidas para a fazenda de José Leôncio (então Claudio Marzo).

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“Jove (Marcos Winter) ganha uma Handycam da avó, e o novo instrumento passa disputar o espaço com as violas e os violeiros, forçando a barra em cenas inteiras”, explica.

Ou seja, o autor da matéria aponta o mesmo problema visto nesta versão de Pantanal. A chegada do drone de Jove, além de toda a tecnologia proporcionada pela chegada da internet à fazenda só serviu como merchandising, já que a trama em si ficou parada.

Conversa pra boi dormir

Outro motivo de reclamação sobre a novela das nove é o fato de haver muita conversa que anda em círculos. Na versão original, estas “conversas para boi dormir” também atrapalharam a novela.

“Como nas cenas onde Jove e José Leôncio estão no avião, percorrendo o império do peão que deu certo. Algo do tipo: Pai: ‘Parece que cê tá gostando mesmo dessa moça…’. Filho: ‘Eu adoro a Juma, pai’. Mais algumas cenas, volta o par no avião: Pai: ‘Mas cê gosta mesmo da Juma, filho?’. Filho: ‘Gosto demais, pai; gosto demais’”, disse a matéria da Folha.

O texto também reclama do fato de Pantanal se arrastar demais na condução da bigamia de Tenório (Antonio Petrin, no original, e Murilo Benício no remake). Uma reclamação que se vê atualmente: nas redes sociais, foram inúmeras as críticas sobre as cenas de Tenório em São Paulo.

Antes e depois

O texto da Folha de S. Paulo é finalizado com um “antes e depois”, analisando os pontos que fizeram de Pantanal uma boa novela, mas que haviam se perdido no decorrer dos episódios.

“Antes – As revelações se sucedem, personagens novos aparecem, e as cenas têm tensão dramática, como no primeiro encontro entre Jove (Marcos Winter) e seu pai, Zé Leôncio (Cláudio Marzo).

Depois – A trama se arrasta, diálogos se repetem, esvaziando o potencial de situações como a crise do casal Tenório (Antonio Petrin) e Maria Bruaca (Ângela Leal), ou a relação entre Zé Leôncio e Jove”.

Ou seja, apesar de trabalhar na atualização da obra do avô, Bruno Luperi, que assina o remake, não mexeu em nada no que se refere ao ritmo de se contar a história. A crítica deixa claro que os problemas do remake são exatamente os mesmos da obra original.

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