Pantanal frustra expectativas e mantém triste fim de Irma e Trindade

A intensa paixão que une Irma (Camila Morgado) e Trindade (Gabriel Sater) em Pantanal vai gerar frutos em breve. A filha de Mariana (Selma Egrei) vai engravidar do peão que tem um pacto com o “cramulhão” e dará à luz um “bebê diabo”. No entanto, o herdeiro não deve segurar Trindade na fazenda de José Leôncio (Marcos Palmeira), já que o peão abandonará Irma.

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Na primeira versão de Pantanal, Irma (Elaine Cristina) e Trindade (Almir Sater) também viveram um intenso relacionamento, e ela engravidou do peão. A gravidez foi cercada de mistérios, já que acontecimentos estranhos passam a acontecer na fazenda e todos começam a acreditar que Irma será mãe do “filho do diabo”.

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Mas, apesar de terem um filho juntos, Irma e Trindade não ficam juntos. O peão pede que José Lucas (Paulo Gorgulho) cuide da mulher e de seu filho e desaparece misteriosamente. A despedida do personagem, naquela ocasião, serviu para que Almir Sater deixasse o elenco de Pantanal, já que ele estava escalado para A História de Ana Raio e Zé Trovão, trama que a substituiu.

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Sendo assim, havia a expectativa de que, desta vez, as coisas seriam diferentes e Irma e Trindade, finalmente, teriam um final feliz. Entretanto, o autor Bruno Luperi, que assina a atualização do texto de Benedito Ruy Barbosa, não parece muito disposto a criar novas tramas. Ele deve seguir à risca os desdobramentos da obra original.

Despedida

No remake da Globo, a despedida de Trindade deve ir ao ar nos próximos capítulos. O peão escutará sua viola tocando sozinha e, depois, arrumará suas coisas e desaparecerá. Alcides (Juliano Cazarré) e Zaquieu (Silvero Pereira) testemunharão a cena e contarão para José Lucas (Irandhir Santos).

“Mas vocês acham que ele ainda pode voltar por aqui? O Trindade?”, pergunta José Lucas ao ouvir a história sobrenatural dos peões. “Do jeito que ele foi embora… Nunca se sabe”, responde Alcides.

Ao manter o destino de Irma e Trindade no remake, o autor Bruno Luperi deixa claro que não pretende mexer no texto do avô, Benedito Ruy Barbosa. Até aqui, a atualização realizada pelo novelista apenas faz ajustes pontuais, como o trato com a tecnologia e questões envolvendo machismo, racismo ou homofobia. Ainda assim, o faz na superfície.

Ou seja, na prática, a nova Pantanal é exatamente a mesma, ipsis litteris. As mudanças propostas por Luperi em nada alteram a ordem dos acontecimentos, que segue a obra original à risca.

Sem mudanças

Luperi não poupou Madeleine (Karine Teles) da morte, mesmo sabendo que ela só morreu na primeira versão porque a atriz Ítala Nandi pediu para sair. Benedito Ruy Barbosa tinha outros planos para a personagem, que poderiam ser colocados em prática agora. Mas isso não aconteceu.

O novo autor também prometeu mais destaque ao núcleo do Rio de Janeiro, o que ficou apenas na promessa. Assim como aconteceu na primeira versão, Gustavo (José de Abreu/Caco Ciocler) perdeu sua função na trama e saiu de cena. A única diferença foi que, desta vez, Gustavo teve um desfecho, o que não aconteceu originalmente.

Até mesmo a atual e incômoda “barriga” de Pantanal, também muito criticada na primeira versão, não foi alterada. A trama das nove da Globo atravessa uma fase pouco interessante, na qual nada relevante acontece. Se esta fase foi criticada em 1990, não poderia ter sido evitada?

Assim, o público não deve esperar por uma surpresa nos próximos capítulos de Pantanal. A novela deve seguir a versão original até o fim.

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