Pais de Primeira é uma série despretensiosa e agradável

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Com o fim do Popstar, a faixa vespertina dominical da Globo, antes do futebol e da Temperatura Máxima, ficou vaga. Para preencher esse espaço, a emissora lançou mais uma temporada da Escolinha do Professor Raimundo (exibida no canal Viva meses antes) e estreou uma nova série: Pais de Primeira. A história, escrita por Antônio Prata e dirigida por Luiz Henrique Rios, conta a saga de um casal que precisa lidar com todas as ”novidades” que a chegada de um bebê proporciona.

George Sauma e Renata Gaspar protagonizam a trama dando vida a Pedro e Taís, casal que está junto há seis anos. Ele é um rapaz sem muitas ambições que pede demissão do emprego para realizar o sonho: lançar uma banda com o amigo de infância (Pedro – Alejandro Claveaux). Ela é uma workaholic e recebe a notícia que está grávida em uma reunião com clientes da incubadora de start-ups em que trabalha. A inicial felicidade da personagem logo cede lugar para uma sucessão de preocupações, incluindo a demissão do marido, que não sabia de nada antes de tomar tal atitude.

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Para culminar, Taís ainda se vê diante de vários palpiteiros de plantão que passam a invadir a privacidade do casal a todo instante. São eles: os próprios pais, Silvia (Heloísa Périssé) e Luis Fernando (Nelson Freitas); os sogros, Augusto (Daniel Dantas) e Rosa (Marisa Orth); e a cunhada, Patrícia (Monique Alfradique), que tem uma vida típica de comercial de margarina com Fred (Rodrigo Ferrarini).

O intuito da série é justamente expor o clichê das situações em torno do mundo das grávidas, deixando claro que aquele conceito de plena felicidade está longe de ser verdade. Mas tudo é feito de forma leve e com momentos engraçados.

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O primeiro episódio já explorou a surpresa da gravidez e o nascimento do bebê. Começou com uma cena da bolsa de Taís estourando e os dois se desesperando em pleno restaurante. Logo depois, a história voltou no tempo e mostrou como chegou naquele ponto – um padrão de séries americanas bastante explorado em produções nacionais. Os pais de primeira viagem se preparam para a chegada da criança, encontrando dificuldades em achar um bom médico responsável pelo parto. Uns só aceitavam cesárea, enquanto outros preferiam o famigerado parto naturalizado. Eles acabaram encontrando uma médica que transmitia segurança e no final, após alguns perrengues – como passar por uma manifestação pedindo aumento salarial dos médicos -, tudo deu certo e uma linda menininha nasceu.

A história flui bem e é agradável de ser acompanhada. Não é uma série cômica escrachada que abusa de situações exageradas ou se apoia em gritos para fazer rir. Os momentos engraçados ocorrem de forma natural através de contratempos que o telespectador se identifica. E nem precisa ser pai ou mãe para isso. Afinal, muitas vezes há familiares próximos ou amigos que vivenciaram contratempos parecidos. E a trama se apoia bem nisso. Antônio Prata, aliás, faz questão de afirmar que usou tudo o que vive como pai para escrever esse seriado. O bebê, ironicamente, funciona como antagonista. Ele é o responsável por muitos problemas, mas muitas alegrias também.

É ótimo ver George Sauma e Renata Gaspar longe de tipos mais caricaturais que costumam viver no Zorra e no Tá no Ar: a TV na TV, respectivamente. Os atores podem mostrar uma outra faceta e estão ótimos como casal. Conseguiram deixar os protagonistas cativantes sem muito esforço. O elenco, por sinal, merece elogios. Marisa Orth e Heloísa Périssé são bons destaques, assim como Monique Alfradique, Daniel Dantas e Nelson Freitas.

Pais de Primeira é uma série despretensiosa que funciona. A segunda temporada já está garantida para 2019 e a atual terá apenas seis episódios. A história, escrita também com a colaboração de Tati Bernardi, Chico Mattoso, Thiago Dottori e Bruna Paixão, consegue divertir. É um programa para pais, avós, futuros pais e até para solteiros convictos.


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