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O canal Viva estreou na última segunda (22), Páginas da Vida, novela originalmente exibida pela Globo entre 2006 e 2007. Apesar de ter tido certo sucesso, a trama já marcava o início do declínio de Manoel Carlos, que não foi feliz nas produções seguintes.
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Exibida em 2003, Mulheres Apaixonadas foi a última grande novela de Maneco. Além de Páginas da Vida, o autor se equivocou Viver a Vida (2009) e, principalmente, Em Família (2014), disparada a sua pior novela.
Após novelas excelentes, como História de Amor (1995), Por Amor (1997) e Laços de Família (2000), Maneco conseguiu, em Mulheres Apaixonadas, emplacar uma quarta trama de sucesso seguida e surpreender o telespectador através de uma obra tão boa quanto as anteriores.
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O folhetim apresentou uma gama de histórias repletas de dramas envolventes e ainda presenteou o público com personagens muito bem construídos. O elenco também era um dos pontos fortes. Difícil apontar algum ator que não tenha ido bem em meio a tantos grandes nomes.
Volta ao passado
Em Páginas da Vida, Maneco optou pela volta ao passado. Resolveu apostar novamente em Regina Duarte para viver a terceira Helena da carreira da grande atriz.
Ainda que a trama no geral tenha deixado a desejar, o autor acertou com a protagonista. Helena era uma ótima médica e após fazer um difícil parto (de Fernanda – Fernanda Vasconcellos).
A jovem mãe falece e dá à luz gêmeos, sendo que um dos bebês apresenta Síndrome de Down. Helena se choca com a avó dos netos (Marta) que se nega a ficar com a criança doente. “Eu passo” foi uma das marcantes frases ditas pela grande personagem vivida por Lilia Cabral – e resolve adotar a bebê.
Apesar de não chegar perto das anteriores, a trama foi emocionante e envolveu o público, principalmente quando, anos depois, o pai de Clara (Joana Mocarzel) resolveu reivindicar a guarda da menina. Regina fez bonito, pela terceira vez.
Equívocos
Em 2009, Manoel Carlos criou sua pior Helena em Viver a Vida: uma top model bem-sucedida. Escolhida para interpretá-la, Taís Araújo não convenceu e ficou apática durante da novela.
E a atriz ainda ganhou uma personagem com dramas cansativos. O ‘grande conflito’, por exemplo, era a modelo ter abandonado sua carreira de sucesso para se casar com um homem 20 anos mais velho (Marcos – José Mayer).
Taís (embora tenha sido seu único equívoco como atriz) foi massacrada pela crítica e sua Helena virou coadjuvante, diante dos conflitos dramáticos e amorosos de Luciana (Alinne Moraes, que brilhou absoluta), modelo que fica paraplégica depois de um grave acidente, e dos gêmeos Miguel e Jorge (muito bem interpretados por Mateus Solano). Definitivamente, aquela novela não era da Helena.
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Em sua última novela, Em Família, Maneco escolheu a grande Júlia Lemmertz para encerrar o ciclo iniciado por sua saudosa mãe. O autor tinha tudo para finalizar essa ‘saga’ de forma grandiosa, mas lamentavelmente se equivocou de novo.
A Helena de Em Família passou grande parte do tempo sendo uma mera coadjuvante e sua trama não foi bem construída. Seu drama era uma repetição de um tema já explorado pelo autor: mãe e filha que se envolvem com um mesmo homem, no caso Laerte (Gabriel Braga Nunes).
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A personagem, que foi interpretada por Júlia Dalavia na primeira fase e Bruna Marquezine na segunda, só cresceu quando ficou bêbada e seduziu Virgílio (Humberto Martins).
A partir da inusitada situação, Helena parece que ganhou vida e ficou mais interessante de se acompanhar. Apesar dos pesares, Júlia estava impecável no papel e mereceu inúmeros elogios.
É uma pena, inclusive, que o último folhetim de Maneco tenha sido uma produção tão fraca quanto Em Família.
Um autor que escreveu uma obra como esta (além de tantas outras já citadas), não merecia terminar seu ciclo desta triste forma.