Mesmo desaprovada por boa parte da crítica, a supersérie – nome que a Globo deu para a novela das 23h – Os Dias Eram Assim virou um grande boom de audiência, talvez explicado pelas mudanças na trama.

Segundo dados de audiência na Grande São Paulo, em levantamento feito pelo TV História, a trama protagonizada por Renato Góes e Sophie Charlotte tem, até o capítulo 44, exibido na última sexta-feira (30), média de 19,2 pontos de Ibope.

Com este resultado, Os Dias Eram Assim supera o – até então – maior sucesso da faixa, a novela Verdades Secretas, de 2015, que tinha média de 19,1 pontos de audiência. O terceiro maior número na faixa foi de O Astro, com 18,9.

Na semana passada, Os Dias Eram Assim conseguiu uma de suas maiores audiências semanais, obtendo 22,2 pontos. Apenas na semana retrasada, quando marcou 22,4 pontos, a novela conseguiu mais Ibope.

As mudanças imprimidas por conta de sua baixa audiência no início realmente funcionaram. Os Dias Eram Assim ficou mais didática e começou a ser exibida, na maioria dos dias, logo após a novela das 21h, A Força do Querer, que vive grande fase.

Outro ponto positivo foi a boa aceitação do casal protagonista. Renato Góes e Sophie Charlotte estão sendo elogiados pelo desempenho, enquanto as tramas paralelas da novela ainda são deveras criticadas por quem vê.

Os Dias Eram Assim retrata o Brasil durante a época da Ditadura Militar, com um entrecho de novela. O folhetim começou em 21 de junho de 1970, data da final da Copa do Mundo, da qual o Brasil sai vitorioso.

Em meio às comemorações e o contraste político e social desolador promovido pela Ditadura Militar, Alice (Sophie Charlotte) e Renato (Renato Góes) se conhecem, iniciando uma história de amor que irá durar por quase 20 anos, passando por diversos eventos históricos até as Diretas Já.

O médico Renato é filho primogênito de Vera, dona de uma livraria em Copacabana, cujos irmãos são engajados cada um a seu modo. Gustavo sai às ruas pela liberdade, enquanto Maria usa a arte para se expressar e manifestar.

Criada em uma família conservadora, Alice é filha de Arnaldo, empreiteiro apoiador do regime vigente e que executa obras para o Governo. Batendo de frente com o pensamento do pai, que vive em conflito com Kiki pelo fato de a esposa não conseguir controlar a filha, a estudante de Letras contraria o desejo imposto pela família e deixa Vitor (Daniel de Oliveira), braço direito do pai na empreiteira, com quem namora há anos. Inconformado, o ex-namorado arma para que Renato seja acusado de subversão e consiga retomar o romance.

Forçado a sair do país, Renato parte para o Chile e espera que Alice o acompanhe, mas ela acaba por não embarcar. No exterior, conhece a médica Rimena, cujos interesses se revelam mútuos. Durante a Anistia, Renato retorna ao Brasil e se reencontra com Alice, trazendo à tona os mesmos sentimentos do passado.

Os números são consolidados e refletem a preferência de um seleto grupo de telespectadores na Grande São Paulo.


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