Uma das muitas qualidades de Orgulho e Paixão é o seu bom ritmo. O autor está sempre promovendo conflitos e acontecimentos na trama, evitando qualquer barriga – período onde nada de relevante ocorre. Como há vários casais atrativos no enredo e muitos personagens bem construídos, Marcos Bernstein consegue extrair o melhor desse bom conjunto até com certa facilidade. E agora o escritor inseriu uma grande vilã na história, o que resultou em uma ótima virada.

Lady Margareth Williamson é a irmã de Lorde Williamson (Tarcísio Meira) e a escolhida para representá-la foi Natália do Vale. A personagem chegou para tumultuar a relação de Darcy (Thiago Lacerda) e Elisabeta (Nathalia Dill), que estava até então harmoniosa em virtude da descoberta das cartas falsas usadas por Susana (Alessandra Negrini) para separá-los. A arrogante mulher trouxe sua filha, Briana (Bruna Spínola), para oficializar o casamento com o sobrinho, aproveitando-se de um “acordo familiar” feito anos atrás.

A tia do mocinho mal chegou e já movimentou a novela com sua empáfia, recheada de frases preconceituosas sobre o Brasil. Não esperou para intimar Darcy a casar com Briana e nem se preocupou em desprezar Charlotte (Isabella Santoni), lembrando da má reputação da sobrinha por causa do relacionamento com Uirapuru (Bruno Gissoni).
Também pouco se importou com a relação do sobrinho com Elisabeta e fez questão de chamá-la de “concubina”, além de ridicularizá-la por ser brasileira. Uma vilã bem maniqueísta e um tipo que o público costuma amar odiar.

A novela das seis, inclusive, ainda não tinha uma grande víbora, embora não seja uma obrigação dos folhetins. Susana e Petúlia (Grace Gianoukas) representam a vilania cômica, enquanto Julieta (Gabriela Duarte) é um perfil complexo, assim como Fani (Tammy Di Calafiori), cujas atitudes são explicadas por um passado sofrido. O único vilão, de fato, até então, era Xavier (Ricardo Tozzi), que não interfere no núcleo principal. Margareth chegou para preencher a cota de maldades na trama central e promete ser um dos destaques do enredo.

Natália do Vale havia sido escalada para viver Claudine em Segundo Sol, mas precisou recusar devido a uma cirurgia no quadril. O ditado “Há males que vêm para o bem” coube nessa situação; afinal, a personagem da novela de João Emanuel Carneiro morreu logo no início da história e mal teve falas. Não valorizou o talento de Cássia Kiss, que substituiu a colega. Agora, a atriz está totalmente recuperada e ganhou um papel de importância na trama das seis. Tanto que Lady Williamson entrou nesta quarta-feira (27/06) e já protagonizou ótimas cenas. Os embates entre a vilã e Darcy prometem, assim como sua relação nada amistosa com a submissa filha.

Aliás, vale citar a briga da perua com Elisabeta e Darcy durante o primeiro jantar da família, a humilhação que Briana sofreu da mãe (sendo chamada de frígida) e o momento em que a personagem demitiu a mocinha e seu chefe do jornal, após ter declarado que era sócia do empreendimento, para o choque de Elisa. Três sequências que demonstraram o potencial dessa vilã.

Orgulho e Paixão segue despertando a atenção do telespectador e a chegada de Natália do Vale engrandeceu o bem escalado elenco da história de Marcos Berstein, dirigida por Fred Mayrink. Margareth Williamson é uma espécie de Odette Roitman – vilã inesquecível de Vale Tudo, vivida por Beatriz Segall, reprisada atualmente no Canal Viva – de 1910 e a talentosa atriz vem sendo valorizada como merece, após o pouco destaque em Os Dias Eram Assim ano passado. Que essa luxuosa participação cresça cada vez mais e permaneça até o desfecho da agradável novela das seis.


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Sérgio Santos é apaixonado por TV e está sempre de olho nos detalhes. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor