Operadoras fazem jogo duro e não querem retornar com sinal da Simba mesmo com cessão gratuita

05/07/2017 às 11h00

Por: Gabriel Vaquer
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As operadoras de TV por assinatura estão realmente em uma guerra contra as emissoras da Simba Content – joint-venture entre Record, SBT e RedeTV!, que quer receber um valor para a distribuição dos sinais em TV paga.

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Na semana passada, o TV História divulgou que entidades como a Proteste (Associação de Defesa ao Consumidor) e o INADEC (Instituto Nacional de Defesa do Consumidor) fecharam um acordo com a Simba Content para que a joint-venture libere os seus sinais para transmissão na TV por assinatura de São Paulo e Brasília.

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Com a decisão, a Simba aceitou liberar, de forma gratuita, os seus sinais para a TV paga, mas, mesmo assim, continuaria negociando nos bastidores com Net/Claro, Sky e Oi TV por um valor pela distribuição deles.

Tudo dependia das operadoras. Dependia. É que Net/Claro, Sky e Oi não estão querendo voltar com os sinais dos canais, mesmo com as entidades de proteção do consumidor agindo em favor à Simba.

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As operadoras argumentam que a Simba, no fundo, não muda sua postura de receber mesmo com a decisão. Se a joint-venture ainda quer receber, e negocia para isso, não há motivo para voltar, mesmo com a liberação do sinal.

O ideal para as operadoras seria concluir as negociações e, aí sim, depois de encerradas, voltar ou não com a transmissão. Ou a Simba abriria mão de receber dinheiro pelos sinais, o que está totalmente fora de cogitação, já que seria o fim total da empresa.

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Na semana passada, Lívia Coelho, representante da Proteste, disse que essa recusa das operadoras pode custar caro no bolso delas, já que existem processos administrativos contra as TVs pagas pela retirada do sinal.

“Eles estão desrespeitando o consumidor. Se eles não aceitarem a decisão, eles vão continuar com a postura de desrespeito ao seu assinante. Se isso acontecer, correm o risco de serem multadas de forma altíssima, porque os processos estão correndo. Caso aceitem, eles resolveriam o problema do consumidor, que não teria mais do que reclamar”, afirmou a representante da Proteste.

A Simba existe desde 2015, mas apenas em maio do ano passado seu funcionamento foi aprovado pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). O funcionamento pleno começou no início deste ano.

A união já rende frutos impressionantes. Em fevereiro, Ratinho, Rodrigo Faro e Luciana Gimenez, três das maiores estrelas das emissoras da joint-venture, uniram-se para anunciar o fim da TV analógica em comerciais.

No fim de março, as emissoras retiraram seus sinais digitais das TVs a cabo por não receber por eles e alegar intransigência ao não conseguir negociar com Net, Sky, Vivo, Oi e Claro.

A Simba surgiu da necessidade dos canais de cobrarem pelo seu sinal na TV por assinatura. Segundo eles, a Globo recebe dinheiro pelo seu sinal e todas as outras emissoras não conseguem um centavo das maiores operadoras do Brasil.

A expectativa é que cerca de R$ 200 milhões, apenas com as assinaturas, cheguem aos cofres dos canais se todo o plano pretendido for seguido à risca – este valor apenas na Grande São Paulo, onde estão sete milhões de assinantes.

Esse dinheiro deve ser aplicado na produção de conteúdo. Elo mais fraco da corda, a RedeTV! espera que essa joint-venture ajude o canal a diminuir os horários vendidos em sua grade – hoje em mais de 50% do total.


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