Criada por João Emanuel Carneiro para o horário das nove, Olho Por Olho foi entregue ao Globoplay. A mudança de janela causou alterações no número de capítulos – o que, certamente, vai impactar na narrativa. Este, no entanto, não é o primeiro projeto da Globo a ganhar nova configuração.
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Confira outros 10 títulos que passaram por situações parecidas:
Tieta
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Doc Comparato propôs uma minissérie baseada em Tieta do Agreste, romance de Jorge Amado, em 1986. Os interesses do autor e da casa esbarraram na quantia solicitada pelos direitos do livro. Eis que Betty Faria fechou negócio com os responsáveis; a princípio, para uma parceria independente dela e de Roberto Talma.
Tempos depois, a atriz repassou a obra à Globo com a condição de que fosse protagonista de uma eventual adaptação. Esta veio em 1989 quando, para conter o excesso de drama às 20h, a direção do canal recrutou Aguinaldo Silva para a feitura da novela, toda trabalhada no humor – um marco da TV brasileira!
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Lampião e Maria Bonita
Em 1981, a rede cogitava exibir dois especiais de fim de ano: Morte e Vida Severina e Maria Bonita. ‘Morte e Vida’, como previsto, foi ao ar em 22 de dezembro daquele ano, acarretando na conquista do primeiro Emmy Internacional da Globo. Maria Bonita acabou transformada em minissérie, pioneira do gênero no Brasil.
Com o título modificado, Lampião e Maria Bonita estreou em 26 de abril de 1982. Nelson Xavier e Tânia Alves responderam pelos protagonistas; o texto de Aguinaldo Silva e Doc Comparato foi contemplado com a medalha de ouro no Festival Internacional de Cinema e Televisão de Nova York.
Barriga de Aluguel
A possibilidade que a medicina oferece para uma mulher de gerar o filho no ventre de outra e as implicações éticas e emocionais deste ato levaram Gloria Perez ao desenvolvimento de Barriga de Aluguel. Cotada para a faixa das oito, a novela foi preterida pelo remake de Selva de Pedra (1986) e convertida em minissérie.
Uma nota de Hildegard Angel para o jornal O Globo (19/03/1986) trazia Eva Todor como Miss Brown na versão de ‘Barriga’ em 20 capítulos. Mas… Em 1989, a ideia voltou ao formato original. Desta vez, com a vaga às 20h perdida para Tieta, o texto ganhou forma às 18h, com Beatriz Segall na pele da geneticista.
Meu Marido
Nome recorrente nos créditos de séries e minisséries, Euclydes Marinho enveredou pelas novelas quando, em 1989, apresentou a sinopse de Meu Marido. A narrativa discutia o casamento, a partir da mulher que, com a prisão do esposo, precisava seguir sozinha, ciente de que o homem não era bem quem ela acreditava ser.
Os 130 capítulos previstos foram condensados em oito. A investigação sobre a vida pregressa de Carlos (Nuno Leal Maia), preso por tráfico de drogas, e as ações de Maria (Elizabeth Savala) para inocentar o companheiro dominaram a cena. Euclydes retomou o mote em Desejos de Mulher (2002), às 19h.
Dona Flor e Seus Dois Maridos
Os atrasos nas gravações de O Rei do Gado (1996) levaram a Globo a exibir a minissérie O Fim do Mundo na faixa das oito, após o término de Explode Coração (1995), como “uma super novela de 35 capítulos”. A experiência agradou o então vice-presidente de operações da emissora, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho.
Boni encarregou Dias Gomes, mesmo autor de ‘Fim’, da formatação da substituta de ‘Rei do Gado’: Dona Flor e seus Dois Maridos. Só que a edição para TV da obra de Jorge Amado foi exibida apenas em 1998, às 22h30, porque, de acordo com notas da época, produções mais curtas às 20h30 davam prejuízo…
Aquarela do Brasil
Lauro César Muniz criou Aquarela do Brasil para o horário das seis. Jayme Monjardim foi eleito diretor de núcleo do folhetim, cuja estreia estava prevista para outubro de 2000, na sequência de O Cravo e a Rosa. Eis que, sem maiores explicações, o lançamento foi antecipado para agosto, às 22h30.
Estrelas de Terra Nostra (2000), Maria Fernanda Cândido e Thiago Lacerda foram recrutados para ‘Aquarela’ enquanto novela – Carlos Alberto Riccelli, terceiro vértice do triângulo amoroso, deu lugar a Edson Celulari. A minissérie ficou marcada por acusações de plágio e atritos entre Lauro César e Jayme.
Porto dos Milagres
Em 1995, a Globo chegou a anunciar a produção da minissérie Mar Morto em seus intervalos. No mesmo ano, a adaptação de Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares para o clássico de Jorge Amado virou novela. O objetivo era lançar a trama tão logo A Próxima Vítima chegasse ao último capítulo, distanciando esta de O Rei do Gado.
É que ‘Vítima’ e ‘Rei do Gado’ possuíam personagens de origem italiana… Sabe-se lá porquê, Explode Coração cumpriu a função de Mar Morto, que só saiu da gaveta em 2001, com o título Porto dos Milagres – e elementos de A Descoberta da América pelos Turcos, também de Amado.
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Bang-Bang
Em 1990, através da produtora Manduri, Mário Prata ofereceu Bang-Bang para o SBT. Luiz Fernando Carvalho, recém-saído de Tieta, era o nome pretendido para a direção-geral. Giulia Gam, após a exitosa Que Rei Sou Eu? (1989), encabeçava a “lista de desejos” para o elenco.
A crise financeira deflagrada pelo Plano Collor fez água nos planos da rede de Silvio Santos. E o enredo ambientado no Velho Oeste mudou de estação! Bang-Bang foi ao ar às 19h, em 2005, com inversão no protagonismo: Penny Lane (Giulia), a mocinha que buscava vingança, virou Ben Silver (Bruno Garcia).
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O Rebu
Original de Bráulio Pedroso, O Rebu ganhou remake em 2014, às 23h. Mas, cinco anos antes, Carlos Lombardi propôs um seriado, de 24 episódios, cada um com uma hora do dia da festa para a alta sociedade, do crime ocorrido durante o evento e da consequente investigação.
A ideia, similar à do importado 24 Horas (2001), foi para o portfólio da Divisão Internacional da Globo. E, lamentavelmente, por lá ficou… George Moura e Sergio Goldenberg assumiram a regravação, no ano seguinte à transferência de Lombardi para a Record.
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Os Dias Eram Assim
Alessandra Poggi e Ângela Chaves pretendiam desenvolver Os Dias Eram Assim às 18h. E o calendário da Globo apontava para tal: outubro de 2017, logo após Novo Mundo. Porém, o então responsável pela Dramaturgia da casa, Silvio de Abreu, deslocou a novela para a faixa das onze.
No horário tardio, as autoras aprofundaram a discussão sobre os horrores da Ditadura Militar. E também acerca da AIDS, através de Nanda (Julia Dalavia), numa época em que a doença ainda era desconhecida e o diagnóstico representava uma sentença de morte.