A Viagem – Semana #17

•  Foi ótimo ver o troco que Bárbara e Carmem deram em Mauro. Mas é estranho uma discussão por causa de uma caneta render uma notícia de jornal que humilhasse ou desmoralizasse Mauro perante a opinião pública, como se ele fosse alguma celebridade. Téo vá lá! No gancho do capítulo de sábado para segunda, Téo é fotografado tendo uma crise no restaurante. Que ele seja alvo de paparazzi, ok, é marido de Diná, que foi famosa e tal. Mas Mauro era alguém famoso?

•  Este entrecho puxou outro. Mauro acusado de ladrão no jornal corrobora a teoria de Raul de que foi ele quem roubou o projeto do escritório de Téo. Porém, quem roubou foi Tainá, que envolveu-se com Raul com este intuito. Arrependido e envergonhado por ter sido feito de bobo pela amante, Raul tenta uma reconciliação com a esposa Andreza, em uma sequência que mostra o quanto é boy lixo. A atitude de Raul foi desprezível, motivo para Andreza nunca mais lhe olhar na cara!

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•  Agora uma crítica mais à direção de Wolf Maya do que ao texto da autora. O diretor sempre retratou a juventude de forma equivocada, fora da realidade (ok, compreende-se que há limitações na abordagem por causa do horário). Foi assim na maioria de suas novelas do período, como Barriga de Aluguel e Mulheres de Areia. São sempre marmanjos com falas e atitudes infantis ou de adolescentes de quinta série.

A “tchurma xófem” de Ismael já era bem grandinha para umas cenas tão constrangedoras. O texto de Ivani Ribeiro tem culpa – já comentei anteriormente sobre suas tramas singelas e às vezes antiquadas. Mas a direção de Wolf Maya em nada ajuda, pelo contrário, reforça.

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•  A descoberta por Diná da doença de Otávio foi um acontecimento importante, mas que resultou apenas em sessões de terapia e medicina alternativa para o tratamento de Otávio. Ela foi um tanto crédula demais, não? Em acreditar piamente nisso tudo de uma hora para outra.

•  Lisa fica em choque ao saber, na reunião mediúnica na casa de Alberto, que Téo está sendo vítima do espírito de Alexandre. Eu ficaria se tivesse presenciado o que ela viu (rs).

Alberto dá a Lisa uma exemplar do Livro dos Espíritos, de Allan Kardec. De acordo com o site Memória Globo, a exibição de A Viagem em 1994 aumentou em 50% a venda de livros sobre Espiritismo, segundo dados levantados na época por livrarias especializadas.

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•  Houve uma menção dos personagens ao Plano Real e a confusão por causa da conversão de valores para a nova unidade monetária. Era julho de 1994, ou agosto – a nova moeda passou a valer em julho.

•  Hélio, o tio de Sofia, deve ser um cara muito influente e rico, por conseguir arrumar a carreira de qualquer um que tenha a pretensão de ser artista.

•  O romance de Diná e Otávio fica ainda bonito ao som de “Crazy” na voz de Julio Iglesias: “Crazy / I’m crazy for feeling so lonely / I’m crazy / Crazy for feeling so blue…“.

SOBRE O AUTOR
Desde criança, Nilson Xavier é um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: no ano de 2000, lançou o site Teledramaturgia, cuja repercussão o levou a publicar, em 2007, o Almanaque da Telenovela Brasileira.

SOBRE A COLUNA
Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.

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Desde criança, Nilson Xavier é um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: no ano de 2000, lançou o site Teledramaturgia, cuja repercussão o levou a publicar, em 2007, o Almanaque da Telenovela Brasileira. Leia todos os textos do autor