O que funcionou e o que não funcionou em Quanto Mais Vida, Melhor!
28/05/2022 às 13h45
Quanto Mais Vida, Melhor! chegou ao final nesta sexta (27). Listo abaixo cinco itens que funcionaram e cinco itens que não funcionaram na novela das sete:
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Funcionou:
Quarteto central
A escalação dos protagonistas foi certeira. Giovanna Antonelli, Vladimir Brichta, Valentina Herszage e Mateus Solano tiveram sintonia desde a primeira cena e brilharam juntos. Aliás, os atores cresciam em cena quando se juntavam. Nada melhor para uma novela protagonizada por quatro pessoas. Os quatro ainda conseguiram um destaque bem distribuído ao longo da trama.
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Troca de corpos
A ideia de Mauro Wilson foi genial. Nada de novo no cinema, bastante adepto ao clichê, mas uma novidade na teledramaturgia. Nunca uma novela nacional apresentou algo do tipo, ainda mais com tanta ênfase e com uma duração tão longa (mais de 40 capítulos). E valeu a pena. Era hilário Mateus Solano imitando Valentina Herszage, enquanto Giovanna Antonelli copiava os trejeitos de Vladimir Brichta e vice-versa. A situação rendeu uma ótima virada para o enredo e deu fôlego ao folhetim.
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A direção
Allan Fiterman iniciou uma nova etapa em sua carreira com a novela. O diretor sempre foi competente, mas agora está na lista do primeiro time da Globo e já foi escolhido para dirigir Mar do Sertão, a próxima das seis. O diretor conseguiu inserir a musicalidade na trama de uma forma harmônica e que deixou o conjunto ainda mais atrativo. As diferentes melodias na abertura representando cada protagonista, o quarteto central protagonizando breves musicais em momentos melancólicos, a trilha característica para casa casal (‘Together – SIA’ para ‘Flagui’ e ‘Believe’ – Jade Beraldo para ‘Nerrare’), enfim, foi um grande trabalho.
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Os núcleos secundários
Em uma novela com protagonistas muito atrativos acaba sendo comum os perfis secundários não terem força. Mas não foi o caso da novela. Todos os personagens que rodeavam cada protagonista tinham ótimos momentos e proporcionaram boas cenas para os atores. Destaque para Júlia Lemmertz como Carmem Wollinger, Jussara Freire como Tuninha, Fábio Herford como Juca, Luciana Paes como Odete, Ana Lucia Torre como Celina, Tato Gabus Mendes como Daniel, Elizabeth Savalla como Nedda e Marcos Caruso como Osvaldo.
Deusa e Odaílson
Evelyn Castro e Thardelly Lima estrearam na Globo com o pé direito. Os dois deram um show na pele da empregada Deusa e do motorista Odaílson. As idas e vindas do casal eram impagáveis e os atores foram ganhando cada vez mais destaque na trama, mesmo com a novela indo ao ar quase toda gravada. Ou seja, o autor Mauro Wilson confiou que a dupla agradaria e estava certo. Merecem novas oportunidades na emissora.
Não funcionou:
Rose
A saga da personagem interpretada por Bárbara Colen prejudicou o dinamismo da novela e provocou a rejeição do público por ter sido o empecilho para os dois casais principais: Flávia/Guilherme e Neném/Paula. E Rose tinha tanta importância que deveria ter sido apresentada como um das protagonistas porque não fez sentido o destaque que teve para um tipo que deveria ter sido coadjuvante. Mais justo até para a atriz ter sido colocada como o quinto nome do quarteto central.
Excesso de flashbacks
Novamente Rose está no pacote. A personagem e Neném jovens tinham três momentos: um beijo durante um baile, dentro da piscina e durante um temporal. As três cenas foram repetidas exaustivamente ao longo da novela e tirou a paciência de quem assistia. Não havia necessidade para tanta enrolação. Aliás, o autor deveria ter juntado a modelo e o jogador bem antes da reta final e aí sim expor o fracasso da tentativa do casal morar junto. Deixar tudo para o fim deixou o contexto forçado.
Paula se humilhando a novela inteira
A personagem vivida por Giovanna Antonelli foi repleta de qualidades e honrou o protagonismo. Mas não havia a menor necessidade de colocá-la se rastejando pelo amor do Neném a novela toda. A empresária nunca fez o tipo de quem se humilha por homem e não combinava com sua personalidade tão pouca autoestima no quesito amor. Seria bem mais interessante se o autor tivesse investido na construção de sua relação com Carmem, antes guiada pelo ódio mútuo e depois pelo amor que Carmem passou a sentir pela rival, do que focar apenas em Paula implorando pela atenção do jogador de futebol.
O núcleo escolar
Os atores eram talentosos e vale destacar Matheus Abreu (Tigrão), Agnes Brichta (Tina), Sara Vidal (Bibi) e Camila Rocha (Soraia). Porém, todos os conflitos apresentados na escola eram desinteressantes e cansavam pela repetição. Tina e Soraia passaram a novela toda brigando durante jogos de futebol e pela atenção de Tigrão, enquanto o rapaz ficava em um troca-troca de casal que nada acrescentava ao roteiro.
As múltiplas profissões de Rose
Ok, todo mundo tem o direito de ter várias habilidades ou ser formado em várias áreas. Mas o autor não conseguia esconder que criava profissões para a personagem de acordo com a conveniência do roteiro. Rose era uma modelo que abdicou da carreira pelo marido, Guilherme. Mas depois se apresentou como professora de francês e passou a dar aulas na escola de Tigrão. Depois, ajudou Joana em um projeto para crianças carentes no hospital de Guilherme. Já na reta final declarou ser formada em jornalismo e virou repórter de telejornal. Tudo para explicar sua onipresença em quase todos os núcleos da trama.