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» Velho Chico tem estreia marcada para 14 de março. A novela de Benedito Ruy Barbosa, escrita por Edmara Barbosa e Bruno Luperi, terá direção de Luiz Fernando Carvalho.
A trama
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» A novela terá como tema central o amor proibido entre Maria Tereza (Camila Pitanga) e Santo (Domingos Montagner). O romance entre eles começará nos anos 1960 e desembocará numa atualidade cercada de contradições.
» O enredo do romance entre herdeiros de famílias rivais se entrelaça à trajetória de luta pelo renascimento do Rio São Francisco. A saga tem início no final dos anos 1960, na fictícia Grotas de São Francisco, e se estende até os dias de hoje.
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» A trama também falará sobre a ganância, a ambição desenfreada e o coronelismo arcaico, ainda muito presente no Brasil.
» O velho Coronel Jacinto (Tarcísio Meira), o patriarca, rico e ignorante, é dono de quase tudo em Grotas de São Francisco e comanda há muitas décadas a política e a economia local.
» Nem por isso ele deixa de cobiçar um pequeno, mas rico e fértil pedaço de terra de uma família vizinha, a fazenda Piatã, do Capitão Rosa (Rodrigo Lombardi). A disputa por esse pedaço de chão é o estopim para a guerra que acaba atravessando gerações.
Caiuá Franco/Globo
» Jacinto é casado com Encarnação (Selma Egrei), a matriarca da família. Marcada pela dureza do tempo, ela carrega a sofreguidão de uma mulher que chora em silêncio a morte do primogênito, seu preferido, tragado pelas águas do Rio São Francisco em um dia de travessia perigosa.
» O único herdeiro do casal é Afrânio de Sá Ribeiro (Rodrigo Santoro, posteriormente Antônio Fagundes), que, amado pelo pai, mas preterido pela mãe, foi estudar em uma Salvador culturalmente efervescente, no final da década de 1960, e formou-se em Direito, mas vive às custas do dinheiro do pai.
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» O jovem é apaixonado por Iolanda (Carol Castro, posteriormente Christiane Torloni), cantora dos bares de Salvador. Uma mulher sem amarras e à frente de seu tempo. Ela se apaixona perdidamente por Afrânio, vivendo um amor idílico no Solar da família dele.
» Com a morte súbita de Jacinto, Afrânio escolhe matar seu sonho de independência para se transformar na continuação do pai: o jovem Coronel Saruê.
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» A mando de Encarnação, o jovem coronel faz o percurso de reconhecimento dos parceiros de seu pai por toda a região nordestina. E, em uma dessas fazendas, o desejo lhe cega. Afrânio não resiste aos encantos de Leonor (Marina Nery), filha de Aracaçú (Carlos Betão), e se envolve com a menina. Ele não podia imaginar que aqueles momentos de desejo lhe renderiam um casamento à base do facão: casava ou morria.
» A partir daí, Leonor passa a viver na fazenda da matriarca Encarnação, que a recebe como uma qualquer, rejeitando que uma mulher de classe mais baixa se casasse com seu filho e muito menos que essa mulher tivesse esperando um herdeiro dele.
» Porém nasce Maria Tereza (Isabella Aguiar, posteriormente Julia Dallavia e Camila Pitanga), uma menina, para o assombro de Encarnação (Selma Egrei), que, em meio a um parto encruado, foi quem trouxe a neta ao mundo, espalhando a notícia de que nem para dar um filho varão Leonor prestava.
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» De outro lado, os Rosa. Capitão Ernesto (Rodrigo Lombardi) é um homem de conduta honrosa, justa e com ideais humanistas. Casado com Eulália (Fabíula Nascimento), não tem filhos, mas adota Luzia (Carla Fabiana, posteriormente Larissa Góes e Lucy Alves) que fora abandonada em suas terras, encontrada enrolada em panos pobres em meio à plantação de algodão.
» No mesmo momento, também acolhem da seca do sertão Belmiro (Chico Diaz) e Piedade (Cyria Coentro), o casal retirante que chega em Grotas com o filho, Santo (Rogerinho Costa, posteriormente Renato Góes e Domingos Montagner), fragilizado pelos dias de caminhada atravessando o sol a pino do sertão.
Caiuá Franco/Globo
» Amamentadas pelo mesmo leite de Piedade, as duas crianças, Santo e Luzia, crescem juntas, como irmãos, apesar do amor de mulher que Luzia nutre por Santo e que cada dia cresce mais.
» Com o tempo, mais do que funcionários, Belmiro e Piedade tornam-se membros da família e defensores dos ideais de igualdade e justiça social do capitão Ernesto Rosa.
» Ignorando a discórdia entre as duas famílias, o destino trata de aproximar seus frutos. Foi em uma procissão de São Francisco de Assis que Santo e Maria Tereza, representando São José e Nossa Senhora, jogam-se nas águas do rio. Ali, Velho Chico cruza seus caminhos e passa a guiar essa história.
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» Descoberto o amor proibido entre Santo, o filho do retirante Belmiro, e Maria Tereza, a filha do maior coronel da região, Afrânio, é selada a interdição dos amantes. A família de Maria Tereza separa os dois trancando a jovem em um internato bem longe do seu amado, em Salvador.
» Com a passagem dos dias, apesar das várias cartas escritas por Maria Tereza, Santo não fica sabendo que teve um herdeiro com seu grande amor. As cartas foram interceptadas por sua irmã de leite Luzia, hoje mulher, morena, linda e faceira, mais apaixonada do que sempre por Santo.
» Desse romance proibido entre Santo (Domingos Montagner) e Maria Tereza (Camila Pitanga) nasce Miguel (Gabriel Leone). Mas também enterra Belmiro, pai de Santo, assassinado pelas mãos de Cícero (Pablo Morais), empregado do coronel Afrânio (Antônio Fagundes).
» Logo a gravidez de Maria Tereza é descoberta no internato, de onde é retirada pelo próprio pai, e acaba voltando para as terras de sua família às margens do Rio São Francisco, onde viverá a sua grande saga de amor. E só esse amor, abençoado por Velho Chico, será capaz de mudar o rumo desta história.
Gravações
» O sertão nordestino foi o palco principal do início das gravações da novela. Nos primeiros dias de janeiro, no interior de Alagoas, mais precisamente em Olho D’Água do Casado, Carvalho comandou as primeiras cenas com os atores Chico Diaz e Cyria Coentro, que interpretam, respectivamente, os retirantes Belmiro e Piedade.
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» Em seguida, parte da equipe viajou para o Rio Grande do Norte, Baraúna, onde Rodrigo Santoro fez os primeiros takes como o coronel Afrânio. Outros atores, como Marina Nery, Rodrigo Lombardi, Fabíula Nascimento, Carlos Betão também iniciaram seus trabalhos.
» Ao total, entre os meses de janeiro e fevereiro, estão sendo gravadas cerca de 500 cenas, que estão acontecendo em três frentes de gravações simultâneas, dirigidas por Luiz Fernando Carvalho, Carlos Araújo, Gustavo Fernandez e Philippe Barcinski.
» Dez caminhões saíram abastecidos do Rio de Janeiro rumo ao Nordeste para estas gravações. Só de figurinos foram três toneladas, divididas em três caminhões e outra parte que foi despachada por avião. Entre os itens estavam: vestuário, acessórios, máquina de costura e até fogão para tingimento.
» A gravação da novela, que reúne uma equipe de trabalho de 120 pessoas, está movimentando as cidades por onde passa. Em São Francisco do Conde (BA), por exemplo, a produção contratou todo tipo de mão de obra local, incluindo serralheiros, artesãos, pescadores, barqueiros, entre outros.
» Isso sem contar com os profissionais de produção, técnica, atores e figuração. Só para selecionar as participações especiais dos capítulos iniciais de ‘Velho Chico’ foram realizados mais de 400 testes nas locações fora do Rio de Janeiro, totalizando a escalação de 70 atores. E cerca de 70% do elenco principal também é do Nordeste.
Figurinos
» O figurino de Velho Chico foi criado respeitando um processo artesanal, em que as roupas passam por uma primeira etapa de descoloração do tecido e posterior tingimento para chegar na cor definida.
» A finalização é realizada com técnicas de envelhecimento natural: exposição ao sol, aplicação de cera, desgaste com lixas, pedras e a até própria terra do sertão foi usada, em alguns casos.
Caiuá Franco/Globo
» No primeiro momento da novela, que começa no final da década de 1960 e se estende até os dias atuais, destaca-se os tons mais pastéis para o figurino dos personagens sertanejos, e tons mais saturados, mais “tropicália”, para os personagens que vivem na capital, Salvador.
» “Comecei trabalhando Iolanda (Carol Castro), Leonor (Marina Nery) e Encarnação (Selma Egrei). No figurino de Leonor, estou usando muita flor e xita com estampa colorida. Os tecidos estampados vão sendo colocados em camadas e ganham volume. Já Iolanda representa a busca pela identidade brasileira, uma linguagem da tropicália, ela usa mais decotes e a roupa é mais estruturada no corpo”, ressalta Thanara Schonardie, figurista da novela.
» Todo o cuidado em cada uma das peças não substitui, claro, a realidade. Por isso, Thanara e sua equipe foram em busca de moradores das regiões por onde a novela está sendo gravada para propor uma espécie de escambo.
» A ideia partiu do diretor Luiz Fernando Carvalho e foi executada por eles com maestria. Nas cidades do interior de Alagoas, Bahia e Rio Grande do Norte, a equipe realizou uma pesquisa e identificou possíveis peças para compor o figurino dos personagens.
» A partir disso, trocavam com o morador local uma roupa nova por uma já usada, e compravam algumas peças também. “Conseguimos, por exemplo, uma bota de um senhor que caminhava pela estrada. E demos outro sapato novo para ele”, explica Thanara.
» Os processos de envelhecimento e vivência foram realizados com os acessórios de todos os personagens também. Até agora, a equipe já trabalhou em mais de 700 acessórios, incluindo chapéus e botas.
» “Para os chapéus, deixamos expostos ao sol para que assumissem um aspecto de queimado, cores distintas e usamos outras técnicas de envelhecimento. Não é só envelhecer. Tem a marca do tempo, do dia a dia. Os chapéus vieram do processo de envelhecimento e tínhamos que dar formas da cabeça. Cada personagem usa de um jeito. Tem a marca da mão, de acordo com a forma como ajeita o chapéu na cabeça”, detalha a figurinista.
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