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Há exatamente 10 anos, no dia 17 de janeiro de 2011, estreava na Globo a novela Insensato Coração, de Gilberto Braga e Ricardo Linhares. Sucedendo Passione, a trama foi recebida com expectativa, mas acabou frustrando muita gente.
No geral, podemos selecionar os prós e contras de Insensato Coração. Vamos relembrar?
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O que deu certo
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Tia Neném roubou a cena e Ana Lucia Torre comprovou pela milésima vez seu talento.
Thiago Martins fez um Vinícius aterrorizante e Giovanna Lancelloti foi uma grata revelação.
A trama do Cortez foi muito bem abordada e Herson Capri junto de Tainá Muller, Eduardo Galvão e Ana Beatriz Nogueira (numa curta participação) foram maravilhosos, apesar das fracas atuações do Jonatas Faro e Deborah Secco.
Glória Pires foi esplêndida e Gabriel Braga Nunes mostrou a que veio com o psicopata Léo. Cristina Galvão merece ser lembrada.Ótima.
A homofobia foi bem conduzida e o casal homossexual idem, apesar da censura da própria emissora.
Bibi e Douglas agradaram.
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O que deu errado
Grandes atores tendo um destaque pífio, como: Nathalia Timberg, Norma Blum, José Augusto Branco, Bete Mendes, Rosi Campos, Louise Cardoso (embora tenha tido mais destaque na reta final) e Tarcísio Meira (só apareceu mais nos capítulos anteriores à sua morte).
Excesso de assassinatos sem propósito. Nada contra mortes em novelas, mas desde que tenha uma razão. Morreram 25 personagens ao todo.
Entre-e-sai de personagens que cansou e distanciou o público.
Tramas absurdas, como o espermatozóide mutante do Pedro que vive 24 horas fora do corpo, dentro de uma camisinha numa lixeira.
A novela demorou quase seis meses para engrenar com a vingança de Norma.
Vingança essa que se perdeu com as constantes repetições e depois com Norma caindo novamente na lábia do Léo.
André foi um dos personagens mais ridículos e inverossímeis da trama.
Pedro e Marina formaram um dos casais protagonistas mais insuportáveis dos últimos tempos.
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Último capítulo não agradou
No último capítulo, nada de surpreende. A assassina de Norma era mesmo a Wanda. Apesar de óbvio, acabou sendo coerente com toda a história contada e não chegou a ser decepcionante. Natália do Valle roubou a cena. Houve uma falha grave na hora em que a sequência é refeita. Norma ao invés de dizer: “Não faça uma besteira dessas”, diz: “Não faça uma bobagem dessas”.
O final do casal homossexual foi bacana, mas a paternidade do Kléber (Cássio Gabus Mendes), jamais poderia ter sido explorada somente no penúltimo capítulo. Se tivessem desenvolvido essa trama ao longo da novela, com certeza teríamos boas sequências entre ele e Louise Cardoso. O que acabamos vendo foi uma correria e forçação de barra com um homofóbico ferrenho que aceitou seu filho bem mais rápido do que se esperava. Claro que isso só ocorreu por causa da pressa.
Os autores simplesmente ignoraram o nervosismo de Tia Neném (que apareceu por uns 30 segundos nesse último capítulo), Eunice, Ismael e Fabíola no dia do crime. Não explicaram o porquê daquilo. O telespectador que se vire. Também não vimos a reação dos demais, a não ser Raul e Marina, ao saberem que Wanda é quem tinha matado Norma. Léo foi preso, mas não foi mostrada a reação dele ao ver o Cortez e o Ismael no mesmo presídio. Aliás, seu assassinato prometia muito mais. A cena foi corrida e sem adrenalina nenhuma. E o término do sequestro de Marina? Constrangedor. Se o objetivo era ter suspense ou ação, ficaram devendo absurdamente.
O excesso de cenas do André também irritou. Acrescentou alguma coisa sabermos que ele não ficou impotente? As participações das ótimas Leandra Leal e Isabel Fillardis não foram valorizadas. Pedro e Marina, como sempre enjoaram bastante. Natalie teve um desfecho verossímil, observando o país em que vivemos, mas foi praticamente o mesmo da Bebel (Camila Pitanga) em “Paraíso Tropical”. Criatividade passou longe. Enfim, foi um último capítulo para ser esquecido.
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O último capítulo marcou 47 pontos de média e 70% de share, índice muito baixo para um último capítulo. A anterior, Passione, marcou 52 pontos de média e 77% de share.
Em entrevistas, Gilberto Braga disse que considera Insensato Coração a sua melhor novela, pois não teve barriga e foi repleta de cenas de ação. Mas o que mais teve ali foi barriga…
A verdade é que essa novela só não foi a pior do autor porque, em 2015, veio Babilônia. E a parceria com Ricardo Linhares não foi feliz, após ter rendido a interessante Paraíso Tropical.