O grave erro que está afundando as novelas do SBT e da Record

08/12/2024 às 6h30

Por: André Santana
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Rosi Campos em A Caverna Encantada

André Santana

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O SBT vem amargando a baixa audiência de A Caverna Encantada. A performance abaixo do esperado reforça o desgaste das produções infantojuvenis da emissora. Há tempos, o canal dos Abravanel não emplaca um sucesso em seu horário nobre.

Rosi Campos em A Caverna Encantada

Na Record, não é diferente. A teledramaturgia da emissora sobrevive de Reis, no ar desde 2022, e de minisséries bíblicas. Porém, tais produções, nem de longe, repetem o sucesso de Os Dez Mandamentos (2015), um fenômeno do filão.

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As duas emissoras repetem o mesmo erro na produção de suas novelas: ambas contam com apenas uma profissional à frente dos textos, o que aumenta a sensação de “mais do mesmo” de suas novelas.

Falta de autores

Desde 2010, quando se lançou como novelista no SBT, Íris Abravanel se tornou a principal autora do canal. De lá para cá, a emissora chegou a apostar em Tiago Santiago – de Uma Rosa com Amor (2010) – e Leonor Correa – de Carinha de Anjo (2016) -, mas, atualmente, é apenas a esposa de Silvio Santos quem está à frente dos folhetins.

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Já na Record, Cristiane Cardoso, filha de Edir Macedo, há tempos atuava como supervisora das novelas bíblicas, mas, atualmente, é ela quem coloca a mão na massa e assina os principais textos do canal.

Isso explica a razão de as novelas do SBT e Record serem muito parecidas umas com as outras. Tamanha repetição provoca no público a sensação de estar assistindo sempre a mesma história.

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Sem variedade

Grande produtora de novelas do Brasil, a Globo consolidou sua teledramaturgia contando com grandes autores em seu banco de talentos. Nomes como Janete Clair, Dias Gomes e Gilberto Braga – entre tantos outros – foram os responsáveis por grandes clássicos da TV.

Mas já pensou se a Globo tivesse apenas um autor de novelas? E se João Emanuel Carneiro, por exemplo, fosse o único responsável pelos folhetins da casa? Toda novela das nove seria uma história de vingança e de rivalidade feminina, ingredientes que Carneiro costuma repetir em suas obras.

A Globo tanto sabe que isso seria inviável que o canal tem feito várias ações para revelar novos autores. Recentemente, por exemplo, a emissora promoveu oficinas para buscar talentos para a faixa das 18h e das 19h. Ou seja, o canal entende que variedade de profissionais é fundamental para a longevidade do gênero e a manutenção da audiência.

Futuro obscuro

Henrique Camargo em Reis

Henrique Camargo em Reis

A Record já contou com nomes como Vivian de Oliveira e Renato Modesto assinando histórias bíblicas. Ambos já estão fora do canal. No SBT, havia a expectativa de que Leonor Correa revezasse com Íris Abravanel na autoria de folhetins, o que acabou não tendo continuidade.

O reflexo desta falta de autores está na audiência das duas emissoras. A Caverna Encantada repete elementos de outras tantas novelas de Íris. Já a Record viu a novela turca Força de Mulher alcançar bons índices de audiência, sinal de que o público da emissora está sedento de histórias diferentes.

Ou seja, é hora de as duas emissoras buscarem novos talentos que possam trazer um novo olhar às suas novelas. Só isso pode garantir a longevidade das tramas do SBT e da Record. Senão, a tendência de queda deve permanecer.

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