Em Mulheres Apaixonadas (2003), Lavínia Vlasak era Estela, uma socialite que dedicava seus dias a tomar champanhe e correr atrás do padre Pedro (Nicola Siri). A “prima rica” de Helena (Christiane Torloni) frequentava festas e integrava a alta sociedade carioca.

Mulheres Apaixonadas - Lavínia Vlasak e Nicola Siri
Gianne Carvalho / Globo

O tipo levava uma boa-vida, tal qual a socialite carioca Narcisa Tamborindeguy. A semelhança entre a personagem e a “Estela da vida real” era tanta que Narcisa esperava ser convidada para participar da novela de Manoel Carlos. Mas o convite nunca veio.

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Ficou de fora

Narcisa Tamborindeguy
Reprodução / Redes Sociais

Filha do empresário e político Mário Tamborindeguy e de Alice Maria de Sousa Saldanha, Narcisa Tamborindeguy (foto acima) sempre integrou a elite carioca. Formada em Direito e em Jornalismo, ela foi casada com o diretor Boninho, da Globo, e com o empresário Carlos Bier Gerdau Johannpeter.

Moradora do edifício Chopin, em Copacabana, Narcisa ficou famosa por conta de suas festas, sempre carregadas de luxo e animação. Seu estilo de vida era parecido com o de Estela, personagem criado por Manoel Carlos para a novela Mulheres Apaixonadas.

Por conta da semelhança, ela acreditou que seria chamada para participar do folhetim da emissora carioca.

“Tem um personagem muito parecido comigo e ele [Manoel Carlos] disse a uma amiga minha que me chamaria, mas ainda não me ligou”, disse Narcisa à Folha de S. Paulo, em 19 de janeiro de 2003.

Porém, o papel já tinha sido entregue a Lavínia Vlasak.

Amor proibido

Nicola Siri
Reprodução / Globo

O convite nunca veio, mas Narcisa não foi esquecida de tudo em Mulheres Apaixonadas. Afinal, Estela chegou a mencioná-la em algumas cenas do folhetim, mostrando que fazia parte da alta roda carioca.

Mas, ao mesmo tempo em que Estela bebia champanhe e frequentava festas, a socialite também sofria por amor. Ela era completamente apaixonada pelo padre Pedro desde sua adolescência. Porém, o sacerdote nunca lhe deu qualquer esperança, já que optou pela vida religiosa.

Na época, a atriz acreditou que a personagem seria rejeitada pelo público, como confessou em entrevista ao Yahoo!, na ocasião em que Mulheres Apaixonadas foi reprisada no canal Viva.

“Eu me lembro que foi uma grande surpresa a aceitação da personagem. Eu achava que em um país católico como o Brasil era naquela época que esse personagem poderia não ser muito bem aceito, afinal de contas ela se apaixona pelo padre. Tanto que o Maneco teve muito cuidado desse romance acontecer só no último capítulo e após o padre largar a batina”, relembrou.

Sexy

Lavínia Vlasak
Reprodução / Globo

Estela estava sempre animada, com uma taça nas mãos. No entanto, sua aparente alegria escondia uma grande carência por conta de seu amor impossível. Isso a levava a tomar atitudes extremas: logo no início da novela, ela aparece bêbada fazendo striptease numa festa de casamento!

“Estava muito nervosa para fazer a cena do striptease porque nunca fiz um [risos], foram várias novidades. E não sou uma exímia dançarina para poder me apoiar na minha capacidade de dançar. Então, eu estava bem preocupada. Mas todo mundo foi tão fofo comigo no dia, tão acolhedor!”, confessou a atriz ao podcast Papo de Novela.

“Nunca me achei uma pessoa sensual. Talvez por isso, tenha ficado um pouco tensa na cena de striptease. Ela tinha uma grande carga de sensualidade, eu não sabia se tinha capacidade de fazer isso”, finalizou.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor