Comprometido com o resgate de tramas inesquecíveis e outras nem tanto, o Globoplay prepara para maio o retorno de Esperança (2002), folhetim problemático assinado por Benedito Ruy Barbosa e Walcyr Carrasco.

Esperança - Maria Fernanda Cândido
Divulgação / Globo

Concebida como uma “continuação” de Terra Nostra (1999) – para atender a demanda do mercado internacional –, a novela padeceu com mortes no elenco, atrasos no texto e a troca de autores, já na reta final.

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Amores e desacertos

Esperança - Priscila Fantin e Reynaldo Gianecchini
João Miguel Júnior / Globo

Esperança acompanha o romance de Toni (Reynaldo Gianecchini) e Maria (Priscila Fantin). Porém, o pai da moça, Giuliano (Antonio Fagundes), tem outros planos para ela. Diante do compromisso de Maria com o abastado Martino (José Mayer), Toni decide deixar a Itália e tentar a sorte no Brasil.

Por aqui, o pianista se envolve com a judia Camilli (Ana Paula Arósio). O relacionamento, no entanto, é “assombrado” por Maria – que, sem que Toni saiba, dá à luz a um filho dele.

O protagonista também se aproxima da prima Nina (Maria Fernanda Cândido), fruto da relação de seu tio Giuseppe (Walmor Chagas) com a lavadeira Madalena (Laura Cardoso). Nina é engajada na luta pelas causas trabalhistas, o que implica em atritos com o namorado, o português José Manoel, o Murruga (Nuno Lopes).

Tumulto nos bastidores

Esperança - Ana Paulo Arósio e Paulo Ricardo
João Miguel Júnior / Globo

Esperança fugiu da proximidade com Terra Nostra ao explorar a imigração não só de italianos. Portugueses, franceses e espanhóis também integravam o painel proposto pela narrativa, ambientada na década de 1930.

A novela enfrentou a repercussão da Copa do Mundo do Japão e da Coreia do Sul, que deu o pentacampeonato ao Brasil, e a campanha política para governadores e Presidente da República, que culminou com o primeiro mandato de Lula.

A audiência começou a cair com os atrasos de Benedito Ruy Barbosa na entrega dos capítulos. O diretor geral Luiz Fernando Carvalho recorreu a inúmeros flashbacks. Com problemas de saúde, dele próprio e de familiares, Benedito foi afastado da trama, entregue a Walcyr Carrasco. O autor original reclamou das mudanças feitas pelo substituto.

Em meio às alterações, os bastidores ganharam destaque. Uma cena em que Camilli destruía a estátua que Toni fez de Maria implicou num acidente de trabalho: Ana Paula Arósio sofreu uma entorse de tornozelo direito e acertou o rosto de Reynaldo Gianecchini com uma barra de ferro. Além disso, a produção enfrentou a morte repentina do ator Luís de Lima, o Antônio, pai de Murruga.

Revirando o baú

Partido Alto - Elizabeth Savala
Nelson Di Rago / Globo

Com Esperança, o Globoplay engrossa a lista de títulos pouco expressivos – cumprindo o objetivo de contemplar todo o acervo da Globo. Em abril, o streaming resgatou Partido Alto (1984, foto acima), novela das oito marcada pelo desacerto entre os autores Aguinaldo Silva e Gloria Perez e a ação impiedosa da censura do regime militar.

Obras nunca reprisadas também integram a lista da plataforma. Casos de Lua Cheia de Amor (1990), Uga-uga (2000) e Araguaia (2010).

Também em maio, o Globoplay atualiza o remake de Guerra dos Sexos (2012). A trama já está disponível no serviço, mas não conta com aberturas, vinhetas e padrão de imagem originais. Ainda não há definição quanto à minissérie e à segunda novela disponibilizada no projeto Resgate.

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Apaixonado por novelas desde que Ruth (Gloria Pires) assumiu o lugar de Raquel (também Gloria) na segunda versão de Mulheres de Areia. E escrevendo sobre desde quando Thales (Armando Babaioff) assumiu o amor por Julinho (André Arteche) no remake de Tititi. Passei pelo blog Agora é Que São Eles, pelo site do Canal VIVA e pelo portal RD1. Agora, volto a colaborar com o TV História.