Considerada a melhor novela da história do SBT, Éramos Seis estreava em 9 de maio de 1994. O folhetim, sucesso de público e crítica, abriu a chamada “era de ouro” da teledramaturgia do canal de Silvio Santos, que tinha um ambicioso projeto para a produção de novelas.
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Curiosamente, Éramos Seis devia ter estreado uma semana antes. Estava tudo certo para que a novela entrasse no ar em 2 de maio daquele ano. Porém, um dia antes, o Brasil perdeu Ayrton Senna, grande ídolo nacional.
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Trama que conta com fãs ardorosos até hoje, 30 anos depois de seu lançamento, Éramos Seis foi reprisada uma única vez – fato raro em se tratando de novelas do SBT. E não poderá ser reprisada novamente.
Fase de ouro
Antes da estreia de Éramos Seis, a teledramaturgia do SBT vinha de experiências não muito bem-sucedidas. Nos anos 1980, o canal apostou em adaptações mexicanas de baixo orçamento. Depois, partiu para a independente Cortina de Vidro (1989) e a malfadada Brasileiras e Brasileiros (1990).
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Com Éramos Seis, portanto, a ideia era apostar numa superprodução, com elenco repleto de ex-globais e texto reconhecidamente de qualidade. O experiente Nilton Travesso assinou a direção do projeto, que contou com Irene Ravache como dona Lola, uma de suas mais marcantes personagens.
O êxito de Éramos Seis colocou a dramaturgia do SBT num novo patamar. Tanto que a trama ganhou vários prêmios, incluindo o Troféu Imprensa e o APCA de melhor novela de 1994. Irene Ravache foi eleita melhor atriz nas duas premiações e Tarcísio Filho – intérprete de Alfredo – levou a estatueta de melhor ator coadjuvante, segundo os críticos da APCA.
Estreia adiada
O SBT fez uma intensa campanha de divulgação de Éramos Seis, com estreia marcada para 2 de maio de 1994. No entanto, com a morte de Ayrton Senna em 1º de maio daquele ano, optou-se por adiar a novidade em uma semana.
Assim, no dia anunciado para a estreia, a atriz Irene Ravache surgiu na tela afirmando que a trama não poderia estrear em um momento tão triste para o país.
Rei do marketing, Silvio Santos apostou numa estratégia inusitada para sua trama: a novela era anunciada em dois horários, “depois de A Viagem” e “depois de Fera Ferida”. Ou seja, o SBT citava as produções da Globo nas chamadas e só colocava no ar sua novela depois que subiam os créditos das tramas da concorrência.
O plano inicial era testar os dois horários por duas semanas e fixar o que rendesse o melhor resultado. No entanto, Éramos Seis foi muito bem nas duas exibições e seguiu assim até o final. Suas sucessoras, como As Pupilas do Senhor Reitor (1994) e Sangue do Meu Sangue (1995), também adotaram a mesma estratégia.
Reprise proibida
Apesar dos ótimos índices de audiência alcançados, o SBT demorou muitos anos para reprisar Éramos Seis. A trama só voltou ao ar no início de 2001, numa nova faixa de novelas às 18h criada para substituir o infantil Disney Club.
E uma nova reprise está fora de cogitação. Isso porque os direitos do texto – uma adaptação de Silvio de Abreu e Rubens Ewald Filho do romance de Maria José Dupré – atualmente pertencem à Globo, que produziu uma nova versão da novela em 2019.
Aliás, o livro Éramos Seis já rendeu nada menos que cinco adaptações para a TV. Antes da versão da Globo e do SBT, a trama já tinha sido produzida duas vezes pela TV Tupi, em 1967 e 1977. Já a versão pioneira foi produzida em 1958, na Record.