Nunca mais: fiasco enterra de vez novelas não-bíblicas da Record

02/02/2024 às 11h17

Por: André Santana
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Simone Spoladore como Patrícia em Pecado Mortal

André Santana

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A reprise de Pecado Mortal (2013) nas noites da Record se revelou um verdadeiro fiasco. A trama já não apresentou bons índices de audiência em sua exibição original, e, na reprise, bateu de frente com o BBB24, que, mesmo morno, ainda é um concorrente de peso.

Simone Spoladore como Patrícia em Pecado Mortal

Simone Spoladore como Patrícia em Pecado Mortal (divulgação/Record)

Com isso, a emissora já se apressa para tirar do ar logo a trama estrelada por Fernando Pavão e Simone Spoladore. O fracasso da novela enterra de vez as novelas não-bíblicas da Record, já que é pouco provável que o canal volte a apostar nelas. Nem mesmo em reprises.

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Não deu certo

Patrícia (Simone Spoladore) e Carlão (Fernando Pavão) em Pecado Mortal

Patrícia (Simone Spoladore) e Carlão (Fernando Pavão) em Pecado Mortal (divulgação/Record)

A Record anunciou a “edição especial” de Pecado Mortal para tapar o buraco em sua linha de shows, às 22h45, nos primeiros meses do ano. Porém, a trama escrita por Carlos Lombardi decepcionou e não passou dos parcos dois pontos no Ibope. Por isso, a produção já está sendo retalhada para ser tirada logo do ar.

A tesoura está trabalhando pesado no repeteco da novela e deixando Pecado Mortal incompreensível. A emissora tem condensado os capítulos e chega a transformar nove episódios originais em apenas um.

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Embora a emissora não confirme oficialmente, a reprise de Pecado Mortal deve sair no ar em 16 de fevereiro. Com isso, seus 176 capítulos originais serão transformados em apenas 34. Haja tesoura!

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A história se repete

Betty Lago, Guilherme Berenger e Beth Goulart - Vidas em Jogo

Betty Lago, Guilherme Berenger e Beth Goulart em Vidas em Jogo (Divulgação / Record)

Curiosamente, a reprise de Pecado Mortal repete a mesma trajetória do repeteco de Vidas em Jogo (2011), que foi lançada no horário nobre da Record no início do ano passado com a desculpa de ser uma atração em comemoração aos 70 anos da emissora. Mas a trama de Cristianne Fridman não emplacou e foi totalmente retalhada: seus 243 capítulos tornaram-se 51.

A partir de fevereiro, a Record fará alguns ajustes no horário nobre. A faixa das 22h45 receberá uma linha de programas semanais, como Cine Record Especial e Câmera Record. As atrações antecederão a reprise de Gênesis (2021), que ocupará o horário das 21h45.

Com as mudanças, a emissora terá três reprises de novelas no ar. Além de Jezabel (2018) no horário nobre fazendo dobradinha com Gênesis, a Record ainda exibe A Terra Prometida (2016) em suas tardes. Todas inspiradas na Bíblia.

Fim das tramas não-bíblicas

Guilherme Dellorto em Reis

Guilherme Dellorto em Reis (Divulgação / Record)

A Record já deixou claro que não tem mais interesse em produzir novelas convencionais, sem temática religiosa. Tanto que sua teledramaturgia foi entregue à Igreja Universal do Reino de Deus, que, por meio da produtora Seriella, assumiu a produção de tramas como Reis e A Rainha da Pérsia.

No entanto, o canal ainda tinha um resquício de novelas contemporâneas por meio de suas reprises. Na faixa da tarde, por exemplo, o canal exibia praticamente em “looping” novelas como Prova de Amor (2005), Chamas da Vida (2008) e Bela, a Feia (2009), entre outras. Mas, atualmente, a faixa também se destina a reprises de tramas bíblicas.

O fiasco das reapresentações de Vidas em Jogo e Pecado Mortal, somado aos bons resultados anotados por A Terra Prometida e Jezabel, sem dúvidas, vão desencorajar a Record a reprisar tramas não-bíblicas. Provavelmente, as tardes serão preenchidas por tramas como O Rico e Lázaro (2017), enquanto as noites revezarão episódios de Reis com minisséries como A Rainha da Pérsia.

Ou seja, o final da reprise de Pecado Mortal enterra, em definitivo, qualquer sombra de novela que não tenha inspiração no Livro Sagrado na Record. O que é uma pena, já que, entre 2004 e 2014, a emissora produziu tramas memoráveis, como Cidadão Brasileiro (2005) ou Vidas Opostas (2006). É o fim definitivo de uma era.

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