Nunca mais: doença degenerativa tirou artista das novelas da Globo
10/09/2023 às 13h19
Muitas pessoas sonham em atuar na televisão, qualquer que seja a área – dramaturgia, jornalismo ou entretenimento. E esse sonho se tornou realidade para Márcia Real (na foto abaixo, com Marcos Frota em Mico Preto), atriz que interpretou inúmeros papéis na história do veículo.
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Em 1949, então com 17 anos, Eunice Alves, nome verdadeiro de Márcia, se encontrou com Bibi Ferreira, que já era uma grande artista do teatro.
“Um dia, vi a Bibi passando na rua. Parei à sua frente e disse: ‘Quero ser artista’. Ela achou que eu era corajosa, marcou um teste para mim, passei e estreei como atriz”, revelou ao jornal O Globo.
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Sua primeira peça foi Minhas Queridas Esposas. Depois dessa, ninguém a segurou: seguiu em frente na profissão e fez vários trabalhos no teatro. No cinema, tornou-se um dos destaques do filme Carnaval no Fogo (1949) – grande sucesso da era de ouro da chanchada.
Estreia na televisão
Assim que a televisão chegou ao Brasil, Márcia ficou de olho nesse novo veículo de comunicação e logo foi contratada pela Tupi para atuar no TV de Vanguarda, programa inovador que contou com grandes textos do teatro mundial.
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Na década de 1960, foi a vez da Excelsior, emissora na qual participou de várias novelas, como Pecado de Mulher (1965), Redenção (1966) e Sangue do Meu Sangue (1969).
Nos anos 1970, ela se alternou entre Record e Tupi. No fim da novela Gaivotas (1979), a atriz resolveu ficar fora do ar, para, depois de uma ausência de nove anos, ser contratada pela Globo em 1988 e fazer parte do elenco de Bebê a Bordo (foto acima, com Dina Sfat), dando vida a Valquíria.
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“Estou me sentindo muito bem neste trabalho, pois sou tratada com muito carinho e respeito por todos. Adoro a Valquíria. Ela tem os pés no chão. Apesar de durona, a Valquíria é muito engraçada e inteligente. Ela sabe ferir com uma incrível sensibilidade”, declarou a atriz em entrevista ao jornal O Globo.
Seu trabalho conquistou o público e se tornou um grande êxito em sua carreira.
“A personagem, graças a Deus, é um sucesso extraordinário. Outro dia, em São Paulo, caí na asneira de ir comer fora e simplesmente não consegui”, afirmou Márcia.
Últimos trabalhos
Depois da boa repercussão, ela ainda esteve presente nas novelas Mico Preto (1990), De Corpo e Alma (1992) e Quatro por Quatro (1994, foto acima, com Betty Lago), sendo esta sua última realização na emissora carioca. Sua passagem na Globo também estava chegando ao fim.
Márcia ainda participou de alguns trabalhos, como Irmã Catarina (1996), Canoa do Bagre (1997) e Spa TV Fantasia (2002), este último, uma produção independente, que marcou a sua despedida da TV.
A atriz sofreu com o Mal de Alzheimer por mais de 10 anos, fato que acabou contribuindo para seu sumiço da telinha. Ela morreu em 15 de março de 2019, aos 88 anos, deixando duas filhas e três netos.