Núcleos paralelos de Além da Ilusão levaram a novela nas costas

18/08/2022 às 17h15

Por: Sergio Santos
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Zamenza

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A dois dias de seu desfecho, Além da Ilusão vem apresentando uma última semana movimentada por ótimos acontecimentos e viradas aguardadas. Mas não do núcleo central. São os núcleos paralelos que estão dominando a narrativa final da história de Alessandra Poggi. O fato comprova que eles foram mesmo o maior êxito da novela das seis – em muitos casos, como em A Favorita, tais núcleos podem afundar uma novela.

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E as cenas recentes mostraram o quanto Bárbara Paz e Danilo Mesquita honraram o posto de vilões do folhetim. A dupla formada por mãe e filho movimentou a história ao longo dos meses, mas não apenas em cima da equivocada saga de Davi (Rafael Vitti), que tem sido a parte menos interessante da reta final da trama. A vilã tinha em Violeta (Malu Galli) a principal rival por conta de um interesse em comum: o amor de Eugênio (Marcello Novaes). Um triângulo amoroso secundário que rendeu bem mais atrativos que as repetições em torno da cansativa santificação do mocinho.

Úrsula nunca mediu esforços para atingir seus objetivos e tinha no filho uma arma contra seus opositores. O rapaz era um parceiro e cúmplice perfeito. Enquanto Joaquim transbordava passionalidade, a mãe expunha uma frieza em todos os planos. E os personagens foram bem construídos pela autora.

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Tanto que uma dos melhores viradas da história foi a revelação que a vilã não era mãe biológica de Joaquim porque o roubou no passado para enganar o pai de Eugênio. O podre foi exposto com a chegada de Margot (Marisa Orth) na história. Aliás, a troca de ironias entre as personagens eram um show à parte.

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Diferentes destinos

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Outro bom desenvolvimento da narrativa foi em cima do processo de humanização de Joaquim, que sempre foi arrogante, grosseiro e fingido. Mas teve um choque de realidade quando viu a mãe matar Abel (Adriano Petermann) na sua frente e foi obrigado por ela a se desfazer do corpo. Ali o personagem percebeu que não era capaz de tudo como a mulher que o criou. O crime virou uma chave e provocou um trauma no rapaz a ponto de despertar gatilhos.

Enquanto Úrsula se encaminhava para um futuro cada vez mais sombrio, seu filho, mesmo sem perceber, já procurava outro caminho. Tanto que a cena, exibida nesta quarta-feira (17/08), em que Margot revelou a verdade a Joaquim, ocasionou uma espécie de libertação para o rapaz. O vilão não escondeu o horror que sentia por aquela mulher que o roubou de outra família. “Você me tirou a oportunidade de ter sido outra pessoa”, disse ele.

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Os atores protagonizaram várias cenas merecedoras de elogios ao longo da novela, mas a melhor foi a do acerto de contas. Porque os dois personagens ficaram totalmente expostos em suas fragilidades. Não dá para negar que Úrsula amou aquele filho, mas Joaquim não mentiu quando declarou que foi transformado em um monstro, ainda que ele tenha tomado todas as suas atitudes por livre e espontânea vontade, vale ressaltar. A dupla nunca teve caráter, mas havia uma condição de manipulador e manipulado.

Destaques

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Bárbara Paz já está acostumada a interpretar vilãs. Foram várias e três delas em novelas de Walcyr Carrasco, vide Virgínia, em Morde & Assopra (2011); Edith, em Amor à Vida (2013); e Jô, em O Outro Lado do Paraíso (2017). Sempre se destacou e agora não foi diferente em Além da Ilusão.

Já Danilo Mesquita encarnou seu primeiro malvado, após tantos perfis bonzinhos e corretos (ao mesmo tempo que irritantes). E se saiu muito bem. Mostrou uma nova faceta e só comprovou como é talentoso. Aliás, Joaquim teve mais carisma que todos os mocinhos que ele já viveu.

A dupla de vilões de Além da Ilusão foi muito bem representada e foi um dos êxitos de Alessandra Poggi. Mas Bárbara Paz e Danilo Mesquita merecem grande parte dos créditos.

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O desenvolvimento em torno do amor que une Davi (Rafael Vitti) e Isadora (Larissa Manoela) teve falhas perceptíveis desde o início e recentemente, com a produção se encaminhando para a reta final, tudo ficou mais incômodo. No entanto, além dos vilões, Heloísa (Paloma Duarte), por exemplo, se destacou tanto na novela que acabou se transformando numa espécie de protagonista paralela.

Ainda se destacaram a novata Débora Ozório, a filha desaparecida de Heloísa; Arminda (Caroline Dallarosa), Mariana (Carolina Romano) e todo o núcleo da rádio, os veteranos Paulo Betti (Constantino), Alexandra Richter (Julinha), Marisa Orth (Margô) e Arlete Salles (Santa), entre outros.

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