“Um mundo novo. Um mundo de novas paixões e novas histórias. Um mundo de novas aventuras e novas surpresas. E nesse mundo novo tudo pode acontecer”. O teaser de Novo Mundo passou de forma simples tudo o que a nova novela das seis tem a apresentar.
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A trama dos estreantes Thereza Falcão e Alessandro Marson estreou nesta quarta (22/03) – estratégia controversa já quase fixada pela Globo em prol de uma audiência maior, substituindo a fraca e esquecível Sol Nascente, que saiu do ar com a sensação de ‘já foi tarde’.
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A novela, dirigida por Vinícius Coimbra, é ambientada no século XIX, e começa em 1817, há 200 anos, período em que Dom Pedro (Caio Castro) se casa por procuração com Leopoldina (Letícia Colin), em virtude de um acordo político. É justamente na viagem da princesa austríaca para o Rio de Janeiro que Anna Millman (Isabelle Drummond) e Joaquim Martinho (Chay Suede) se conhecem, os mocinhos do enredo. Ou seja, a proposta do novo folhetim é ter a história do Brasil como pano de fundo, apresentando uma espécie de conto de fadas para embalar o romance dos protagonistas, que ainda terão um vilão maquiavélico como obstáculo – o Thomas Johnson (Gabriel Braga Nunes), responsável pela segurança Real.
A trama acabará em 1822, quando Dom Pedro e Leopoldina forem declarados imperadores do Brasil. Até lá muitos conflitos e dramas ficcionais serão abordados durante uma época que faz parte do conteúdo de qualquer aula de história, quando o Brasil fica independente de Portugal.
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Mas os autores deixam claro que o objetivo do folhetim não é ser didático, explorando muito mais o contexto da fantasia, que nesse início tem um quê da clássica saga “Piratas do Caribe”, da Walt Disney Pictures, uma vez que há muitas lutas de espada no navio que transporta Leopoldina, destacando a valentia de Anna e Joaquim. Vale ressaltar que, no período do enredo, Napoleão não é mais um perigo, Brasil não é mais uma colônia (e sim um reino unido com legislação própria) e o Rio de Janeiro (capital do império) recebeu um toque europeu.
O primeiro capítulo esbanjou capricho e luxo, tendo uma produção de arte de encher os olhos. Os figurinos são de uma perfeição absurda e várias caracterizações ficaram fiéis aos retratos da época, vide Léo Jaime como Dom João VI, Débora Olivieri como Carlota Joaquina, Rômulo Estrela como Chalaça, Caio Castro como Dom Pedro e Letícia Colin como Leopoldina. Já a cidade cenográfica é a mesma de Liberdade Liberdade, exibida ano passado e também dirigida por Vinícius, fazendo jus ao ambiente do século XIX. A trilha incidental merece uma menção especial, pois funciona como quase coprotagonista do enredo, embalando várias situações de luta ou de fuga em um clima de pura aventura, como sempre ocorre em qualquer bom filme de pirata.
As cenas de ação ficaram primorosas, sendo necessário aplaudir o minucioso trabalho da equipe de direção, que não ficou devendo a nenhum clássico do gênero. Se o elenco não fosse brasileiro não era se de espantar se o público achasse se tratar de alguma produção da Disney, por exemplo – não por acaso o diretor inglês Andy Armstrong (com anos de experiência em Hollywood) trabalhou com a equipe. Chay Suede e Ingrid Guimarães foram os protagonistas dessas sequências de aventura, com Joaquim e Elvira fugindo dos soldados, e os dois prometem bons momentos ao longo do enredo. As tomadas de câmera ficaram ótimas, inserindo o telespectador naqueles instantes de fuga, destacando ainda o trabalho corporal dos atores.
E Isabelle Drummond, como não poderia deixar de ser, já mostrou a que veio com sua apaixonante Anna. A mocinha não se intimida e está claramente à frente do seu tempo. Em uma boa cena, a menina enfrentou os membros da corte para defender seu irmão Piatã (Rodrigo Simas), de origem indígena, por exemplo. Ela e Rodrigo, por sinal, prometem uma boa sintonia. Aliás, ótimos parceiros para a atriz não vão faltar. Sua química com Chay Suede, já vista na primeira fase de A Lei do Amor, segue alta e os dois formam um belíssimo casal protagonista. Para culminar, Isabelle ainda repetirá a elogiada parceria com Letícia Colin, observada em Sete Vidas, primorosa novela de Lícia Manzo. Agora as posições se inverteram: Elisa não é mais a confidente de Júlia (personagens da trama anterior), é Anna que é a confidente de Leopoldina. Letícia, vale ressaltar, está uma graça de princesa austríaca.
Novo Mundo estreou esbanjando capricho e fantasia, além de ter apresentado uma abertura belíssima, mostrando de forma irônica a trajetória do ouro, embalada por uma trilha incidental típica de aventura. Por sinal, a trilha da novela toda será assim, o que já é um bom diferencial. Thereza Falcão e Alessandro Marson começaram com pé direito esse primeiro folhetim deles como autores titulares e resta torcer para que toda a qualidade vista nesse início se mantenha ao longo dos próximos meses.
SÉRGIO SANTOS é apaixonado por televisão e está sempre de olho nos detalhes, como pode ser visto em seu blog. Contatos podem ser feitos pelo Twitter ou pelo Facebook. Ocupa este espaço às terças e quintas
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