Erick Jacquin, um dos jurados do MasterChef Brasil, faz sucesso no comando do Pesadelo na Cozinha, em que o chef visita restaurantes decadentes e o transformam em um estabelecimento de verdade.
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Em um dos programas, ele conheceu o Ça-Va, que fica na região da Avenida Paulista, em São Paulo. Ele ajudou a reerguer o restaurante e no fim, ficou com ele.
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Vida e cardápio novo
O Ça-Va era propriedade do simpático Antônio, que apostava em uma decoração francesa, mas com um cardápio diversificado. Jacquin foi até lá para dar uma personalidade ao local, tudo com o aval do proprietário.
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Com algumas broncas e resistências, o chef conseguiu mudar a cara do restaurante e criou um carinho mútuo com Antônio e a equipe de cozinha. Jacquin só voltaria ao local dois anos depois, agora como dono.
O programa foi gravado antes da pandemia da Covid-19, que começou no Brasil em março de 2020. Antônio Carlos Cirelli pegou o vírus e acabou falecendo em 2020.
“Ele foi internado por outro motivo, pegou covid no hospital e faleceu. Fiquei muito triste, não imaginava que ele ia falecer. Ele não viu o programa na televisão, não viu o resultado, não viu nada”, disse Jacquin ao Portal da Band em abril de 2021.
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Um novo desafio
O restaurante ficou fechado por conta das medidas de isolamento e os filhos de Antônio não tinham mais como conduzir o estabelecimento.
“Durante a pandemia, os filhos dele me ligaram e falaram: ‘Erick, a gente não vai reabrir […], a gente não vai ficar com o restaurante, se você quiser, você pega. A gente quer vender’”, disse o chef ao UOL em 17 de fevereiro de 2020.
O carinho que Jacquin tem pelo lugar e por seu Antônio fez com que ele fechasse o negócio, mantendo equipe e o nome do restaurante.
“Eu fiz questão de não mudar o nome, não mudei o afresco, a pintura que está lá dentro, não mudei a personalidade do restaurante”, justificou o jurado do MasterChef Brasil. “Deixei os quadros que ele tinha lá dentro. Eu deixei muitas coisas, o bar do jeito que estava, eu deixei as Torres Eiffel [do senhor Antônio], eu deixei os livros dele”, afirmou.
“O senhor Antônio nunca quis impressionar, ele queria se sentir bem no restaurante dele e eu quero continuar assim. E é por isso que eu comprei o Ça-Va, para o Ça-Va não morrer, não ficar outro Ça-Va. Se outra pessoa comprasse o Ça-Va, quebrava tudo e virava o quê? Uma sex shop? Um bistrô moderno ou uma hamburgueria? Hamburgueria, com certeza!”, continuou.
Memória Viva
O restaurante segue aberto, agora com o talento de Jacquin, mas com a memória de seu Antônio viva em cada ponto do estabelecimento.
“O Ça-Va tem história. Começou antes do senhor Antônio, vai continuar comigo e espero que tenha um cara depois de mim que vá comprar e que vá falar: ‘Vou continuar o Ça-Va… E vai ter o cheiro do mofo dos livros do senhor Antônio’. É isso aí que eu quero”.