André Santana

Mar do Sertão enfrenta comparações com Cordel Encantado, trama das seis exibida em 2011, desde a estreia. No entanto, a princípio, apenas a ambientação da história remetia ao folhetim de Duca Rachid e Thelma Guedes. Porém, com a chegada de Maruan (Pedro Lamin), a novela de Mario Teixeira ganha mais um ponto em comum com Cordel Encantado.

O rapaz é um príncipe do principado de Ozul, pertencente a uma poderosa família de milionários do petróleo. Maruan chega à Canta Pedra em razão de uma sociedade com Zé Paulino (Sergio Guizé), que agora é rico e se chama José Mendes. Porém, no caminho para a cidade, o ricaço se perde e é resgatado por Timbó (Enrique Diaz).

Aos trapos em razão dos contratempos, Maruan é confundido com um mendigo. E é assim que ele conhece e se apaixona por Labibe (Theresa Fonseca) que, por sua vez, foi prometida por seu pai para um sheik.

Para ficar mais próximo de Labibe, Maruan esconde sua verdadeira origem e decide se empregar como mordomo na casa da família de sua amada. Com isso, Maruan e Labibe devem viver um amor proibido, cheio de segredos e reviravoltas.

Realeza

Cordel Encantado

Ao trazer um príncipe que se passa por mendigo, Mar do Sertão resgata outros elementos de Cordel Encantado. A novela de 2011 era uma fábula, que unia cangaceiros e nobres de um reino europeu.

Na trama, o rei Augusto (Carmo Dalla Vecchia), nobre do reino de Seráfia, tem a filha sequestrada pela vilã Úrsula (Débora Bloch) numa visita ao sertão do Brasil. A princesa Aurora, então, é acolhida por uma humilde família de Brogodó e é criada como Açucena, sem saber de sua origem nobre.

Anos depois, Açucena (Bianca Bin) fica noiva de Jesuíno (Cauã Reymond), filho de Herculano (Domingos Montagner), considerado o “rei do cangaço”. Mas o rei Augusto retorna ao Brasil em busca de sua filha e, ao encontrar a princesa, quer fazer valer o acordo selado no passado, no qual prometeu sua herdeira ao príncipe Felipe (Jayme Matarazzo).

Mar do Sertão, então, vai pelo mesmo caminho. A trama traz um toque de fábula ao incluir um príncipe árabe disfarçado de mordomo em pleno sertão brasileiro. Uma mistura que tem tudo para dar certo.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor