Novela que marcou Regina Duarte nunca mais será exibida pela Globo

28/12/2022 às 19h19

Por: Sebastião Uellington
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Regina Duarte em Roque Santeiro

Minha Doce Namorada foi o trabalho que marcou em definitivo a carreira de Regina Duarte, que, por conta do título, passou a ser chamada de Namoradinha do Brasil. Só que, infelizmente, essa novela jamais poderá ser reapresentada.

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De autoria de Vicente Sesso, Minha Doce Namorada (1971-1972) narra o drama da jovem Patrícia (Regina Duarte), uma moça órfã e pobre que acompanha um parque de diversões que chega em Ouro Preto.

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Trama água com açúcar

Minha Doce Namorada

Certo dia, Patrícia se consulta com a astróloga Dona Carmem (Heloísa Helena), que garante que ela, que é do signo de Aquário, irá se apaixonar por um rapaz do signo de Peixes. Só que, segundo a astrologia, piscianos não combinam com aquarianos.

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É durante uma discussão que Patrícia acaba conhecendo o estudante Renato (Cláudio Marzo), que a defende. Encantada por ele, a mocinha pergunta qual é o signo do rapaz… E ele, ao responder que é Peixes, dá início a diversas confusões.

Com a morte de seu pai, Renato parte de Ouro Preto para o Rio de Janeiro para impedir que seus tios – César Leão (Mário Lago) e Sarita (Vanda Lacerda) – se apoderem da perfumaria da família.

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Já Patrícia, com o parquinho em busca de dias melhores, decide também ir para o Rio e, disposta a conquistar o coração de Renato, começa a se aproximar; mas o rapaz vive a repudiando.

O maior conflito se dá quando Patrícia tem que disputar Renato com Verinha (Maria Cláudia), noiva do rapaz que está apenas interessada no dinheiro dele.

Novela da namoradinha

Regina Duarte

Com Minha Doce Namorada, a faixa das sete da noite da Globo atingiu o seu ápice. Além de ter sido um sucesso na época, a novela foi responsável por atribuir à Regina Duarte o título de Namoradinha do Brasil, pelo fato de a artista sempre interpretar papéis de cândidas e românticas entre os anos 60 e o inicio da década de 1970.

Só que a atriz afirmou, em depoimento ao projeto Memória Globo, que o título não surgiu por conta da trama. Segundo a atriz, ela passou a ser chamada pelo apelido quando já havia decidido dar um novo passo em sua carreira, a fim de se afastar da imagem de mocinha romântica e sofredora.

O início dessa transformação foi sua atuação como uma prostituta na peça Réveillon, encenada em 1975.

“O título da novela (Minha Doce Namorada) veio a inspirar a imprensa, anos depois, a me chamar de ‘namoradinha do Brasil’ (…), mas já como ‘ex’ porque eu já estava rompendo com essa imagem”, afirmou.

Projeto realizado às pressas

Carinhoso

Vicente Sesso foi convocado às pressas para escrever um texto novo, já que a atração que iria suceder A Próxima Atração (1970-1971) no horário tornou-se inviável para a emissora. O autor, então, entregou apenas os primeiros capítulos de seu texto e logo as gravações se iniciaram. Em menos de 20 dias, já estava esboçada Minha Doce Namorada.

A inspiração para sua obra veio de textos que ele escreveu anteriormente. O autor escolheu como eixo uma história infantojuvenil, que foi apresentada no Teatro de Fantasia, na TV Record de São Paulo, no começo da década de 1950.

Regina Duarte e Cláudio Marzo (juntos na foto acima), que viviam um par romântico na trama de Irmãos Coragem, precisaram sair da obra antes do fim para começar as gravações na nova novela.

Já o ator Mário Lago precisou se afastar das gravações da novela após sofrer um infarto. Para contornar esse imprevisto, Vicente Sesso inventou um infarto para o vilão César Leão, afastando o ator e o personagem da trama. Ele chegou a gravar uma cena no hospital, explicando o motivo pelo qual seu personagem havia desaparecido por alguns capítulos.

Minha Doce Namorada marcou a estreia dos atores Roberto Pirilo, Yara Côrtes, Suzana Gonçalves (irmã de Susana Vieira) e Patrícia Bueno. Herivelto Martins Filho, então com dez anos, filho do músico Herivelto Martins e irmão da atriz Yaçana Martins, também fez parte do elenco da trama.

Jamais será reprisada

Vicente Sesso

Em relação a uma possível inclusão da novela no Globoplay, uma triste notícia: não existem mais imagens da obra. A hipótese mais provável é que as fitas tenham se perdido em um dos incêndios que atingiram a TV Globo (em 1971 ou em 1976).

Em 2007, o SBT chegou a adquirir os direitos sobre dois textos de Vicente Sesso (foto acima) para serem produzidos: Minha Doce Namorada e Uma Rosa com Amor. Apenas a segunda pode ser adaptada, trabalho realizado por Tiago Santiago e exibido em 2010, com protagonismo de Carla Marins e Cláudio Lins.

Como o acordo feito com o novelista chegou ao fim em 2014, uma possível regravação do texto exibido pela Globo entre 1971 e 1972, é inviável.

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