Inicialmente programada para substituir Pantanal no horário nobre da Globo, Todas as Flores teve um destino diferente. A emissora optou por rebaixar a trama para o Globoplay e antecipar a estreia de Travessia na faixa das nove. Com a mudança, o autor João Emanuel Carneiro se viu obrigado a “matar” oito personagens de sua obra.

Todas as Flores - Letícia Colin

O autor fez esta revelação durante a festa de lançamento do folhetim. Carneiro contou que, quando sua novela foi remanejada para o streaming, ele foi obrigado a mexer na estrutura da obra, já que ela passou de 150 para “apenas” 85 capítulos. Com isso, ele acabou eliminando oito personagens do enredo original.

“Tive que deixar a trama mais concisa e, por isso, aconteceram as ‘mortes’ dos personagens. Fui eliminando alguns núcleos, mas não mudei muito a história, não. A novela acabou ficando mais enxuta e, sinceramente, acho que isso [novelas menores] vai acontecer daqui por diante”, disse ele ao site F5.

Rebaixamento

João Emanuel Carneiro

Quando a Globo noticiou que Todas as Flores não seria mais sua próxima novela das nove e estrearia no Globoplay, surgiram comentários que João Emanuel Carneiro (foto acima) teria ficado chateado com a mudança e estaria se sentido desprestigiado.

No entanto, o autor fez questão de desmentir os boatos e afirmou que estava muito satisfeito com a nova experiência em sua carreira.

“Gostei de verdade [da mudança]. Por duas razões: primeiro porque significou um desafio para mim. Uma coisa nova. Segundo por ter menos capítulos. Sempre achei 180 um número exagerado”, afirmou.

João Emanuel Carneiro também confessou que a maior pressão que sente em sua carreira é repetir o sucesso de Avenida Brasil (2012).

“Até hoje, as pessoas falam de Carminha, Tufão e Nina. Sempre querem que você supere aquele sucesso e enquanto isso não acontece, você segue trabalhando”, comenta o autor.

Muitas mudanças

Carneiro foi escalado para a fila das nove da Globo ainda na gestão de Silvio de Abreu, ex-diretor de teledramaturgia da emissora.

A princípio, sua novela se chamaria Olho por Olho e substituiria Um Lugar ao Sol, já confirmada como sucessora de Amor de Mãe (foto acima).

No entanto, a pandemia atrasou todos os projetos e, com o tempo, os planos foram mudando. A nova direção de teledramaturgia do canal, encabeçada por José Luiz Villamarim, optou por escalar Pantanal, que furou a fila na faixa.

Depois, uma nova decisão: Olho por Olho, já rebatizada como Todas as Flores, seria exibida no Globoplay.

Apesar de ter perdido a vez no horário nobre da Globo, João Emanuel Carneiro conseguiu fazer as pazes com seu público, que tem celebrado Todas as Flores nas redes sociais. A história de Zoé (Regina Casé) é um sucesso de visualizações e repercussão.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor