Ao implantar o projeto Uma Só Globo, os canais Globosat se transformaram simplesmente em Canais Globo. Com isso, as emissoras pagas do grupo se tornaram um braço ainda mais importante da TV aberta, e diferentes programas passaram a ter diferentes janelas de exibição, migrando do canal fechado para o sinal aberto e vice-versa.

Vanessa Giácomo como Juliana em Sinhá Moça
Vanessa Giácomo como Juliana em Sinhá Moça (divulgação/Globo)

Neste contexto, as novelas da Globo continuam aparecendo como o filé da programação do canal Viva, que reapresenta grandes clássicos da teledramaturgia do canal aberto. Esta troca de conteúdo permanece em 2024 com a estreia de Sinhá Moça, novela produzida há 17 anos pela Globo e que agora chega ao Viva. A trama tem Vanessa Giácomo como uma das protagonistas.

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Que novela substitui Escrito nas Estrelas no Viva?

Débora Falabella e Danton Mello em Sinhá Moça
Débora Falabella e Danton Mello em Sinhá Moça (divulgação/Globo)

A Globo bateu o martelo e definiu Sinhá Moça (2006) como a substituta de Escrito nas Estrelas na faixa das 15h30 do Viva. A escolha surpreendeu, já que o folhetim não aparecia entre as cotadas para a vaga – os títulos Cama de Gato (2009), Paraíso (2009) e Cordel Encantado (2011) chegaram a ser ventilados.

Também surpreendeu a “demora” do canal em definir a substituta de Escrito nas Estrelas, já que a trama espírita assinada por Elizabeth Jhin entra na reta final em breve. Seu último capítulo deve ser exibido no dia 29 de dezembro, com reprise no dia seguinte.

Assim, Sinhá Moça chega à grade do Viva já no primeiro dia do ano. A trama estreia em 1º de janeiro de 2024 no canal pago da Globo.

 

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Remake de um clássico

Sinhá Moça - Lucélia Santos e Marcos Paulo
Lucélia Santos (Sinhá Moça) e Marcos Paulo (Rodolfo) em Sinhá Moça (Divulgação / Globo)

Sinhá Moça é um remake de uma novela de mesmo nome produzida originalmente em 1986. A primeira versão foi escrita por Benedito Ruy Barbosa, que se baseou no livro homônimo de Maria Dezonne Pacheco Fernandes, publicado em 1950. Já o remake foi uma adaptação da versão original de Edmara e Edilene Barbosa, filhas de Benedito, sob sua supervisão.

A trama tem como pano de fundo a luta pelo fim da escravidão no Brasil. Na pequena cidade de Araruna, no interior de São Paulo do final do século 19, o Barão Ferreira de Araruna (Osmar Prado) é um escravocrata que toca com mão de ferro o trabalho em sua fazenda.

Ele é pai de Sinhá Moça (Débora Falabella), uma jovem que cresce horrorizada ao testemunhar os maus tratos aos negros escravizados. Após anos estudando fora, ela retorna a Araruna disposta a lutar pelo fim da escravidão, aliando-se aos abolicionistas. Neste caminho, ela conhece o abolicionista Rodolfo (Danton Mello), por quem se apaixona.

A primeira versão da trama foi produzida em 1986 numa tentativa da Globo de pegar carona no sucesso que Escrava Isaura (1976) vinha fazendo no exterior. Por isso, o canal apostou em uma nova história que tinha como pano de fundo a luta pela libertação dos escravizados e repetiu a mesma dupla de protagonistas do clássico de Gilberto Braga. Assim, Lucélia Santos (a Isaura) deu vida à Sinhá Moça, enquanto Rubens de Falco (o Leôncio) encarnou o terrível barão de Araruna.

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Benedito em alta

Marcos Palmeira como José Inocêncio em Renascer
Marcos Palmeira como José Inocêncio em Renascer (divulgação/Globo)

Sinhá Moça volta ao ar no Viva ao mesmo tempo em que a Globo aposta na releitura de um outro clássico de Benedito Ruy Barbosa. Renascer, produzida originalmente em 1993, ganha uma nova versão que estreia em 22 de janeiro no canal aberto, substituindo Terra e Paixão.

Com isso, a emissora dá sequência à série de remakes de obras do autor, que começou ainda antes de Sinhá Moça. A primeira novela de Benedito a ganhar uma nova versão na Globo foi Cabocla, produzida originalmente em 1979 e refeita em 2004.

O remake de Cabocla fez um enorme sucesso na faixa das seis da Globo no início dos anos 2000, o que levou o canal a seguir apostando na fórmula. Vieram então Sinhá Moça, Paraíso (2009) e Meu Pedacinho de Chão (2014). Com Pantanal (2022), os remakes da obra de Benedito chegaram ao horário nobre.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor