Atualmente, Thiago Rodrigues está longe das novelas brasileiras. No entanto, o ator pode ser visto nas tardes da Globo, atuando em A Favorita (foto abaixo). A partir de agora, existe outra opção para acompanhar o artista – e ela não foi feita no Brasil.

Novidade da semana na Band, Valor da Vida marca a volta da emissora à exibição de novelas. O canal, após alguns anos apostando em tramas turcas, passou a mirar em tramas produzidas em Portugal, como Ouro Verde e Nazaré, por considerar que os folhetins da “terrinha” têm uma estética bastante semelhante a das novelas brasileiras.

Com a opção de exibir novelas parecidas com as nacionais, e que ainda contam com vários atores conhecidos do Brasil, como Marcello Antony, Tássia Camargo e Carolina Kasting, a Band tem como principal meta formar um público para folhetins. Assim, o próximo passo seria voltar a produzir novelas nacionais.

A direção da emissora entende que uma trama bem produzida e com boa audiência serve como um importante pilar da programação, já que tende a trazer visibilidade ao restante da grade e impulsionar a programação. Porém, como produzir novela não é barato, a Band começará importando produções, na tentativa de consolidar a audiência.

Volta da dramaturgia

A dramaturgia da Band já teve várias fases, mas nunca conseguiu se firmar de fato. Os primeiros folhetins surgiram entre 1967 e 1969, com produções pouco memoráveis.

Já entre 1979 e 1983, vieram novelas mais exitosas, como A Deusa Vencida (1980), Cavalo Amarelo (1980) e Os Imigrantes (1982), seu maior sucesso. Nos anos 1990, a Band fez outras apostas isoladas, como Perdidos de Amor (1996), Serras Azuis (1997) e Meu Pé de Laranja Lima (1998) (foto acima).

Após outra pausa, a emissora apostou no nicho que viria a ressuscitar as novelas do SBT anos depois: o público infantil. Com Floribella (2005/06) (foto abaixo), o canal conseguiu uma boa audiência e transformou os produtos licenciados da trama num grande sucesso. A novela marcou uma geração.

Porém, depois disso, a Band tentou mirar no público adulto com uma novela “picante”, Paixões Proibidas (2006), cheia de cenas de sexo e nudez. Mas a trama, exibida às 22h, não emplacou e acabou transferida para o esquisito horário das 17h30.

As últimas tentativas do canal foram com novelas água com açúcar, como Dance Dance Dance (2007) e Água na Boca (2008). Mas o fiasco desta última fez o canal, mais uma vez, desistir de produzir novelas.

Alternativas

Além de apostar em novelas, a Band também já tentou produzir séries e tentar consolidar uma dramaturgia nacional que fosse uma alternativa às novelas da Globo. No entanto, nenhuma aposta neste sentido deu certo.

No final dos anos 1990, o canal chegou a firmar um acordo com a Sony para a produção das sitcoms A Guerra dos Pintos (foto acima) e Santo de Casa. Versão brasileira de Married… with Children e Who’s the Boss?, as comédias dariam início a um ambicioso plano da Band, que queria exibir uma série diferente a cada dia da semana. Até uma versão nacional de Friends estava nos planos!

Mas as produções se revelaram grandes fiascos de audiência e os planos foram abortados. Anos depois, a emissora voltou a apostar em séries nacionais, com produções independentes e coproduções, como Descolados (2011), Os Anjos do Sexo (2011) e várias outras. Nada foi para a frente.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor