Nova versão de Renascer fará autor empatar com rainha dos remakes

Considerada uma das maiores autoras de todos os tempos, Ivani Ribeiro dedicou os seus últimos anos na profissão a reescrever suas próprias tramas. Após assinar inúmeros sucessos na Record, Excelsior e Tupi, ela chegou à Globo e “reciclou” várias de suas novelas.

Jorge Baumann / Globo

Pois o veterano Benedito Ruy Barbosa vai pelo mesmo caminho. Aos 91 anos, o autor se “aposentou” na criação de folhetins inéditos. No entanto, nos últimos anos, ele esteve ao lado das filhas, Edmara e Edilene Barbosa, e do neto, Bruno Luperi, revisitando sua própria obra. Renascer (1993, foto) vai ser seu próximo clássico a ganhar uma nova versão.

Rainha dos remakes

Reprodução / IMDB

Com Renascer, Benedito Ruy Barbosa alcançará o feito de ter seis novelas suas refeitas. Cabocla (2004) foi a primeira regravação de uma obra do autor. Depois, vieram Sinhá Moça (2006), Paraíso (2009), Meu Pedacinho de Chão (2014) e Pantanal (2022).

Ou seja, quando Renascer sair do papel, Barbosa empatará com Ivani Ribeiro, a rainha dos remakes. A veterana também refez seis obras suas na Globo. Foram elas: Amor com Amor se Paga, de 1984 (atualização de Camomila e Bem-me-quer, de 1972); A Gata Comeu, de 1985 (de A Barba Azul, 1974); Hipertensão, de 1986 (baseada em Nossa Filha Gabriela, de 1971); O Sexo dos Anjos, de 1989 (de O Terceiro Pecado, 1968); Mulheres de Areia, de 1993 (original de 1973); e A Viagem, de 1994 (do folhetim de 1975).

No entanto, Ivani ainda está à frente de Benedito Ruy Barbosa se analisarmos sua trajetória mais a fundo. Isso porque a novelista emplacou La Invitación (1987) na TV chilena, um remake de Os Fantoches (1967).

Além disso, a segunda versão de Mulheres de Areia também resgatou a trama de O Espantalho, de 1977. Na Band, a autora reeditou A Deusa Vencida (1965 / 1980) e Meu Pé de Laranja Lima (1970 / 1980).

Empate

Divulgação / Globo

Além de Ivani Ribeiro, a marca alcançada por Benedito Ruy Barbosa também o aproxima de Janete Clair, outra autora veterana considerada uma das maiores de todos os tempos. A esposa de Dias Gomes também teve várias obras suas refeitas ao longo dos anos.

A Globo produziu quatro remakes de títulos desenvolvidos por Janete Clair: Selva de Pedra (1972 e 1986), Irmãos Coragem (1970 e 1995), Pecado Capital (1975 e 1998) e O Astro (1977 e 2011).

Mas, se considerarmos toda a obra da autora, este número cresce. Afinal, Janete Clair também escreveu radionovelas e levou algumas destas tramas para a TV, anos depois. A radionovela Vende-se um Véu de Noiva, por exemplo, foi adaptada para a telinha duas vezes: em Véu de Noiva (1969), na Globo; e na novela homônima produzida pelo SBT em 2009.

Além disso, Direito de Amar, exibida pela Globo em 1987, foi inspirada em A Noiva das Trevas, outra radionovela de Janete. Assim, considerando todas estas produções, Janete Clair teve seis textos seus revisitados, sendo que um deles rendeu dois remakes.

Mais um campeão

Nelson Di Rago / Globo

Cassiano Gabus Mendes também merece figurar na lista dos campeões de remakes. O pioneiro da televisão brasileira, em breve, alcançará a marca de quatro obras suas revisitadas na telinha.

Anjo Mau, de 1976, foi recontada por Maria Adelaide Amaral em 1997. Anos depois, a mesma autora se inspirou em outros dois clássicos do autor, Ti-Ti-Ti (1985) e Plumas & Paetês (1980) e, desta mistura, nasceu a bem-sucedida segunda versão de Ti-Ti-Ti, de 2010.

Agora, será a vez de Elas por Elas (1982, foto) ganhar uma nova versão. Alessandro Marson e Thereza Falcão vão adaptar este outro clássico de Cassiano, que deve estrear ainda este ano na Globo na faixa das seis. A trama substituirá Amor Perfeito.