Não era remake: nova versão de O Profeta foi bem diferente da original

16/10/2021 às 0h30

Por: Duh Secco
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Foi com O Profeta, de Ivani Ribeiro, que a Tupi experimentou seus últimos meses de sucesso. A trama, exibida entre 1977 e 1978, ganhou uma nova versão na Globo, quase 29 anos depois – após duas tentativas de reeditá-la, numa parceria de Ângela Carneiro e Elizabeth Jhin.

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A adaptação de Duca Rachid e Thelma Guedes estreava há 15 anos, em 16 de outubro de 2006. Com um novo nome para o protagonista, evitando confusões com a novela das sete, Cobras & Lagartos: Daniel (Carlos Augusto Strazzer) virou Marcos (Thiago Fragoso).

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Esta, contudo, não foi a única mudança do original para a segunda versão. O TV História lista abaixo outras sete diferenças entre uma produção e outra.

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Em 2006, Marcos deixava sua cidadezinha, no sul do país, para viver ao lado da irmã Ester (Vera Zimmermann) em São Paulo. Os pais Jacó (Stenio Garcia) e Ana (Vera Holtz) – que só apareceram nos primeiros capítulos – apoiaram a mudança, que julgavam benéfica para o filho atormentado por visões e entristecido com a morte do irmão, Lucas (Henrique Ramiro).

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Em 1977, Francisco (Aldo César) e Celina (Carminha Brandão) acompanharam toda a trajetória de altos e baixos do herdeiro Daniel. Os dois buscavam entender os poderes mediúnicos do profeta, partindo de dogmas divergentes: Francisco seguia a doutrina kardecista; Celina era católica fervorosa.

Marcos, aliás, previu a morte de Lucas – e se ressentia por não ter conseguido evita-la. O jovem sempre sonhava com um barco à deriva, que se espatifava numa queda d’água. Na primeira versão, a “previsão” que deflagra a mediunidade de Daniel envolvia o cunhado João Henrique (Rolando Boldrin): ainda garoto, ele afirmava ter visto uma mulher loira (Nice Warken) ao lado de João, o que motivou o pedido de divórcio de Ester (Ana Rosa).

Revoltado, o cunhado jurou vingar-se de Daniel; foi ele quem incitou o rapaz a usar seu dom para ganhar dinheiro. Em 2006, Henrique (Maurício Mattar) também armou para cima de Marcos, por uma boa quantia oferecida por Clóvis (Dalton Vigh). A “mulher loira” foi mantida nas duas versões: tratava-se de um espírito obsessor.

Nas duas produções, Henrique era pai de uma jovenzinha espevitada: Mariúcha (Suzy Camacho) em 1977 e Baby (Juliana Didone) em 2006. Também nas duas produções, as pequenas se envolvem com Tony (Régis Monteiro / Daniel Ávila). As diferenças residem na origem dos “Tonys”: o primeiro era enteado de João Henrique – e desconhecia o parentesco entre este e Mariúcha -; o segundo era filho de Lia (Nívea Maria).

Aliás, a interesseira Lia, que buscava a todo custo casar sua primogênita Ruth (Carol Castro) com um bom partido, corresponde a Maria Luísa (Márcia de Windsor) no original. Só que Maria queria mesmo era arrumar um casamento pra si. Mirava no empresário do ramo alimentício Clóvis (Cláudio Corrêa e Castro), boa-praça que só tinha olhos para moças mais novas. No fim das contas, os dois se acertaram.

Já em 2006, Clóvis (Dalton Vigh) foi convertido em vilão-mor da trama, casando-se com Sônia (Paolla Oliveira), a grande paixão de Marcos, chegando a trancafiá-la no sótão de sua mansão.

Em dado momento da novela da Tupi, Daniel é acusado de ter tramado a morte de Murilo (Walter Prado). Seu melhor amigo era noivo de Sônia (Elaine Cristina), alvo de seu interesse. Após o afogamento, ocasional, que vitima Murilo, Sônia cede às investidas de Daniel – que abandona a então namorada, Ruth (Glauce Graieb).

O personagem correspondia a Camilo (Malvino Salvador), no folhetim da Globo. O machão – que também era namorado de Sônia – acabou assassinado por Wandinha (Samara Felippo), “brotinho” que engravidou, recusando-se a assumir a paternidade do bebê, posteriormente.

A paixão da professora de inglês Carola (Débora Duarte) por Daniel se concretizou nos capítulos finais de O Profeta, de Ivani Ribeiro – enquanto Sônia se casava com Heitor (John Herbert). Em dado momento, de visual repaginado, a moça aparece com Eduardo (Paulo Figueiredo) a tiracolo, apenas para causar ciúme no “profeta”.

Já na adaptação de Duca Rachid e Thelma Guedes, Carola se acerta com Arnaldo (Rodrigo Phavanello). O atrapalhado hóspede da pensão de Sônia também marcou presença em O Profeta de 1977, interpretado por David José (então chamado Armando). Assim com Teresa (Irene Ravache / Paula Burlamaqui), a bonitona que despertava seu interesse – e com quem o Armando setentista chegou ao “fim”.

A nova trama ainda apostou fortemente na doutrina espírita, diferente do original, que trouxe visões de diferentes religiões. Zulmira (Yolanda Cardoso) frequentava terreiros de candomblé, onde era atendida por Pai Romão (João Acaiabe).

A mãe de Daniel, Celina, e o irmão desta, Padre Olavo (Luís Carlos de Moraes), buscavam auxílio de Dom Paulo Evaristo Arns; enquanto o pai Francisco e a irmã Ester iam até Uberaba visitar Chico Xavier. Estas figuras reais e fictícias foram sintetizadas na figura da charlatã Madame Rúbia (Rosi Campos) e no espírita Francisco (Mauro Mendonça). As duas tramas mantiveram o psicanalista Michel (Roberto Maya / Licurgo Spínola).

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