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A Viagem – Semana #19
• Otávio chegou ao Nosso Lar, um paraíso de gente branca e loura. De acordo com a novela, quando negros ou morenos morrem, não vão para o céu. Sim, sabemos que isso logo muda, mas não deixa de ser um absurdo. E isso não é “coisa da época“, não. Em 1994, houve protestos, tanto que a novela logo mais passa a exibir negros no campo de golfe, inclusive com a entrada de Léa Garcia e Antônio Pompeo no núcleo do Nosso Lar.
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• Eu não lembrava que André – personagem de Lafayette Galvão, do Nosso Lar – era pai de Otávio. Achei que fosse apenas uma espécie de líder ou mentor do campo de golfe celestial.
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• No capítulo de terça-feira, Alberto explicou de forma didática como acontece a obsessão de Alexandre sobre Téo e Dona Guiomar. Inclusive com detalhes curiosos. Achei muito bacana.
• Outra sequência de grande impacto envolvendo o personagem Alberto: o embate com Alexandre à beira da piscina na casa de Otávio. Foi a primeira vez que o espírito de Alexandre manifestou-se verbalmente. Cena bem dirigida e interpretada, com destaque para a queda de Alberto na piscina.
• Como se já não bastasse Bia Insuportável, agora temos Tato Insuportável. Acho as cenas da revolta do personagem (ou de Alexandre obsediando-o) exageradas, over. Mesmo sendo novela, em que o formato obedece regras, ainda me incomodo com situações e atitudes elevadas à carga máxima como forma de fixar narrativas. Já entendemos que Alexandre age sobre Tato!
Confesso que eu ri quando Kazuo meteu a cabeça na porta da sala e Tato falou “Só me faltava essa!”
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• Alvíssaras! Laura Cardoso está de volta. Que falta fez a personagem Guiomar, uma das melhores da novela. Alguém sabe dizer quanto tempo Laura ficou fora da trama? Mais de um mês, eu acho…
• Geraldão era um dos personagens mais avulsos da novela. Ele havia sumido? Porque eu nem senti falta. De repente reaparece na pensão bem vestido e cheio da grana. Eu ri em duas situações. Quando ele tira da carteira um punhado de notas de 10 reais (a moeda era nova na época), como se fosse muito dinheiro. E pensar que 10 reais já valeu tanto. Depois ele saca dólares e alguém fala que o dólar vale menos que o real. Saudade, né minha filha!
Geraldão acabou preso e assim deixa a novela. Restou a sensação de que o personagem não vingou. Ivani Ribeiro já criara um tipo semelhante, o personagem de Francisco Milani em Final Feliz, que seduziu Katia (Cininha de Paula), para mais tarde descobrir-se ser um farsante que usava várias identidades.
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• De muito mau gosto a cena em que Johnny humilha a empregada Dolores. Por mais que a intenção fosse apontar o mau-caratismo do rapaz, achei toda a sequência uma solução desnecessária da direção e do roteiro, pela personagem ser uma empregada, por ser negra e por ser mais velha, sublinhando assim a sua suposta condição inferior em todas as hierarquias sociais. Horrível de ver.
• Muito bom ver a redenção de Diná, de mulher ciumenta, incontrolável e intolerante, a uma pessoa melhor. Principalmente porque percebemos a construção e a condução gradativa da personagem. Excelentes os diálogos de Diná com Lisa e depois com Maria (flagrada usando suas roupas).
SOBRE O AUTOR
Desde criança, Nilson Xavier é um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: no ano de 2000, lançou o site Teledramaturgia, cuja repercussão o levou a publicar, em 2007, o Almanaque da Telenovela Brasileira.
SOBRE A COLUNA
Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.