Continuação de Novo Mundo, Nos Tempos do Imperador finalmente vai estrear na Globo

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A Globo estreia, no próximo dia 9 de agosto, no horário das seis, uma novela inédita (a única por enquanto): Nos Tempos do Imperador, de Thereza Falcão e Alessandro Marson, com direção artística de Vinícius Coimbra.

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A coletiva de imprensa foi realizada na tarde de segunda-feira (26), com a presença, por meio remoto, dos autores, diretor e parte do elenco principal: Selton Melo, Letícia Sabatella, Mariana Ximenes, Alexandre Nero, Dani Ornellas, Rogério Brito, Michel Gomes e Gabriela Medvedovski.

Nos Tempos do Imperador é continuação de Novo Mundo, que autores e diretor apresentaram em 2017. Se em Novo Mundo o foco era a chegada de Dona Leopoldina ao Brasil, em 1817, seu casamento com Dom Pedro e o Primeiro Reinado, na nova produção há um salto no tempo, com o filho do casal, Dom Pedro II, no Segundo Reinado. A primeira fase de Nos Tempos do Imperador se passa no ano de 1856. A segunda e definitiva fase, entre 1864 e 1870.

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A novela deveria substituir Éramos Seis no final de março de 2020. As gravações estavam a todo o vapor quando tiveram de ser interrompidas por causa da pandemia de Covid-19, sendo retomadas apenas em novembro.

Novela longa

Uma novela que não acaba nunca! Era uma novela do ano passado e ainda estamos nela“, desabafou Selton Mello em tom de chiste.

Thereza Falcão e Alessandro Marson começaram a trabalhar na trama em fevereiro de 2018, alguns meses após o término de Novo Mundo. Em março de 2020, com o adiamento das gravações, os autores tiveram que se adaptar e fazer ajustes no texto para seguir o novo protocolo de gravações. “Restringimos a quantidade de cenas de beijos e contato físico“, disse o diretor Vinícius Coimbra.

Alessandro Marson até fez uma analogia com Redenção, novela da TV Excelsior levada ao ar entre 1966 e 1968, famosa por ser a mais longa da história de nossa televisão. Claro que são casos diferentes, já que Redenção, além de ter sido ininterrupta, é a mais longa em número de capítulos (596).

É uma novela híbrida“, afirmou Marson. “Começou [a ser escrita] antes da pandemia e foi finalizada durante a pandemia“. Os autores já concluíram a roteirização de Nos Tempos do Imperador.

Vinícius Coimbra está finalizando as gravações. O diretor viu vantagens nessa situação: “Consegui fazer em ritmo menor, com mais tempo para pensar uma cena, para o ator decorar o texto. Arrisco dizer que é a novela mais caprichada que já fiz“.

Imperador contraditório

Assim como Novo Mundo, em que vultos históricos se misturavam a personagens fictícios, Nos Tempos do Imperador coloca personalidades reais interagindo em tramas inventadas. Selton Mello dá vida a Dom Pedro II, Letícia Sabatella é a imperatriz Tereza Cristina e Mariana Ximenes, a Condessa de Barral, amante do imperador.

Selton avaliou que é positivo não haver referências de interpretações de Dom Pedro II, diferente de Dom Pedro I, já vivido na televisão e no cinema por alguns atores: “Gostei de não ter o peso de outro ator ter interpretado Dom Pedro II“.

Me identifico com esse cara, porque comecei criança“, disse o ator, referindo-se ao fato de o imperador ter sido preparado para o trono desde criança, enquanto ele, Selton, começou a atuar na televisão ainda garoto.

Os autores afirmaram que pretendem apresentar um governante bom e preocupado com seu povo, algo que o brasileiro carece tanto neste momento. Porém, Dom Pedro não será idealizado. “Não vamos fazer uma novela chapa branca“, disse Thereza Falcão. A trama vai escancarar algumas contradições, atos e decisões nem tão heroicas do imperador, como no episódio da Guerra do Paraguai.

Romance inter-racial

No lado da ficção, há o romance proibido entre o escravo Jorge, depois chamado de Samuel (Michel Gomes), fugitivo de seu senhor, e a sinhazinha branca Pilar (Gabriela Medvedovski), fugitiva de um casamento arranjado, em tempos de escravatura e luta pela liberdade contra a opressão de coronéis e senhores de engenho.

Me inspirei nos próprios brasileiros, pessoas que trabalham todos os dias, honestas. Negros que sofrem nas periferias do Brasil. Não precisei nem olhar muito para trás. Bastou olhar para o lado para ver diversas histórias parecidas com a do Samuel, de pessoas que passam por isso até hoje“, afirmou Michel Gomes sem esconder uma ponta de emoção.

A novela apresenta também a pouco conhecida Pequena África, na região da Zona Portuária do Rio de Janeiro, lugar de acolhimento de negros liderado, na novela, pelo casal Dom Olu (Rogério Brito) e Cândida (Dani Ornellas).

Inspirações

As chamadas de estreia estão belíssimas, em ambientações, figurinos e fotografia, principalmente. Questionei autores e diretor sobre as inspirações estéticas.

Apesar de o coronelismo ter acontecido no século 20, Thereza Falcão revelou que incluiu na novela coronéis típicos do universo de Jorge Amado. O escritor baiano é referência para os núcleos dos coronéis Eudoro (José Dumont) e Ambrósio (Roberto Bonfim), cujas tramas são ambientadas na Bahia.

Alessandro Marson também citou a série The Crown, da Netflix – provavelmente como fonte de inspiração para as intrigas palacianas.

Para fotografia, luz e paleta de cores, o diretor Vinícius Coimbra baseou-se na estética do Technicolor, técnica de coloração de filmes que imperou em Hollywood até a década de 1950, de longas como E o Vento Levou (de 1939). Os figurinos deslumbrantes são assinados pela veterana Beth Filipecki.

No elenco de Nos Tempos do Imperador, também Vivianne Pasmanter e Guilherme Piva (com os personagens Germana e Licurgo, advindos de Novo Mundo), Augusto Madeira, Daphne Bozaski, Heslaine Vieira, Mary Sheila, Alan Rocha, Maicon Rodrigues, Dani Barros, João Pedro Zappa, Ernani Moraes, Paula Cohen, Jackson Antunes, Roberto Birindelli, Bel Kutner, Lu Grimaldi, Cinara Leal, Roberta Rodrigues, Mouhamed Harfouch e outros.

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