Desde o dia 28 de novembro do ano passado, Bambolê, estrelada por nomes como Susana Vieira, Cláudio Marzo e Paulo Castelli (foto abaixo) está sendo reprisada pela primeira vez em sua história, no canal Viva, substituindo Pão-Pão, Beijo-Beijo. O autor da trama, Daniel Más, infelizmente, já não está mais entre nós.
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Em 4 de fevereiro de 1989, a televisão brasileira perdia o jornalista e autor de novelas, que morreu aos 45 anos, vítima de complicações causadas pela Aids.
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Carreira
Nascido em Valência, na Espanha, em 9 de maio de 1943, Más era naturalizado brasileiro. Antes de chegar à televisão, foi colunista social de veículos como O Globo, Última Hora, Vogue e Status.
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Nos anos 1960, colaborou em Um Rosto de Mulher, da Globo, e Os Irmãos Corsos, da Tupi. Mas foi na década de 1980, quando ingressou definitivamente na Globo, que assinou reconhecidos trabalhos.
Alguns deles foram as minisséries Avenida Paulista (1982) e Moinhos de Vento (1983), e as novelas Um Sonho a Mais (1985) e Bambolê (1987). Ele também foi colaborador em tramas como Guerra dos Sexos (1983), Transas e Caretas (1984) e Armação Ilimitada (1985).
Descoberta da Aids e perda do companheiro
Daniel Más ficou sabendo que era portador do vírus da Aids em janeiro de 1988. Em novembro do mesmo ano, seu companheiro, Régis Albino Pinheiro, morreu, aos 29 anos, também vítima da doença.
No mesmo mês, Más foi internado, chegou a receber alta, mas voltou ao hospital, onde ficou até a morte por infecção generalizada.
O profissional era reconhecido pelo humor e ironia em seus textos, sendo crítico da sociedade brasileira.
“É necessário prender o público nos três primeiros minutos. É muito mais do que simplesmente sentar-se à mesa e criar uma história; é vibrar junto com os personagens, envolver-se com a trama e com o jogo mortal que criamos”, explicou à Folha de S.Paulo, comparando o ofício de escrever novelas com um jogo de futebol.
“Trabalhamos juntos. Ele era muito criativo e sempre teve alto astral. Foi um jornalista brilhante, que introduziu, com charme e inteligência, um novo tipo de crônica social”, destacou Lauro César Muniz na Folha de S.Paulo de 6 de fevereiro de 1989.
Daniel foi enterrado na tarde de 5 de fevereiro de 1989, no cemitério Jardim da Saudade, em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro.
“Gostava muito dele, um ótimo colega e uma pessoa extremamente talentosa, que morreu jovem”, descreveu Glória Perez na mesma reportagem.