Participar de competições na televisão é a chance de um simples anônimo virar uma celebridade do dia pra noite e de ganhar uma boa grana.

Luciano Huck no comando do Domingão
Luciano Huck no comando do Domingão (reprodução/Globo)

Em 2003, Luciano Huck lançou o quadro A Guerra do Sono no Caldeirão do Huck. Curiosamente, a vencedora da competição não queria fama, e sim, limpar o nome sujo.

Leia também: Após tragédia, carrasco do Flamengo terminou na quarta divisão paulista

[anuncio_1]

Não durma no ponto

Luciano Huck no comando de Guerra do Sono no Caldeirão do Huck
Luciano Huck no comando de Guerra do Sono no Caldeirão do Huck (divulgação/Globo)

Em abril de 2003 o Caldeirão do Huck convocou pessoas que estavam a fim de ganhar 40 mil reais com o desafio de ficar acordado o maior tempo possível. Quem tirava uma simples soneca era eliminado da competição.

Mas não era simples assim: além de não dormir, os competidores passavam por provas físicas e de raciocínio. O mais difícil era a fase que eles tinham que ficar deitados sem pregar o olho.

Apenas quatro pessoas foram classificadas para a grande final: Lourenço Júnior, Ivy de Sousa, Mariana Moreno e Jeniffer Longhi. Na reta final, eles tinham que dirigir um carro em uma pista com obstáculos e era proibido ter que piscar. A “tortura” agradou o público, e o quadro bateu recordes de audiência.

A disputa pelo prêmio ficou entre Ivy e Lourenço, e o final foi surpreendente: antes de somar os pontos, Lourenço não aguentou e acabou dormindo. A carioca faturou os 40 mil reais.

Não piscou, ganhou

Ivy de Sousa e Luciano Huck em Guerra do Sono
Ivy de Sousa e Luciano Huck em Guerra do Sono (reprodução/Globo)

Debilitada, Ivy mal entendia que a competição tinha chegado ao fim.

“Eu estava fraca, minhas pernas estavam bambas. Sei que o pessoal da produção veio me parabenizar, o Luciano Huck também. Mas eu posso dizer que praticamente não estava consciente de que tinha ganhado o jogo”, falou ao O Globo em 22 de junho de 2003.

Para ela, o mais importante não era a festa, e sim o dinheiro: finalmente ela ficaria com o nome limpo.

“Eu estava devendo quase R$ 15 mil, com o nome no SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), era recém-casada e estava há quatro meses sem trabalhar. Precisava muito daquele prêmio”, relatou.

Outra conquista foi a chance de tirar a mãe da favela e construir uma casa para ela.

“Pusemos a casa dela à venda e estamos procurando uma perto da minha. O lugar onde ela mora é muito violento, é uma área de risco. Agora quero ficar um período sem me preocupar com dinheiro, quero ficar tranquila para procurar trabalho. É difícil, afinal não sou nenhuma Gisele Bündchen!”, brincou.

[anuncio_3]

“Se deixar eu durmo até meio-dia”

Luciano Huck no The Wall (divulgação/Globo)

Ivy não esperava ganhar a competição, mas a força de vontade falou mais alto.

“Sou dorminhoca demais, se deixar eu durmo até meio-dia. Todo mundo ficou surpreso quando soube que eu ganhei Deus me ajudou a vencer. Eu estava mal, arrasada, já tinha desistido de lutar. O Lourenço ganhava todas, as outras meninas eram mais fortes do que eu. Cheguei a chorar algumas vezes durante a final”, revelou.

A grande vencedora chegou a fazer alguns testes na escola de atores da Globo, mas a ideia de atuar não seguiu em frente. Porém, ela conseguiu sair das dívidas e dar uma vida digna à sua mãe, podendo colocar a cabeça no travesseiro sem preocupações.

Compartilhar.
Avatar photo

Fábio Marckezini é jornalista e apaixonado por televisão desde criança. Mantém o canal Arquivo Marckezini, no YouTube, em prol da preservação da memória do veículo. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor