Durante muitos anos, pensar em novela mexicana no Brasil era pensar no SBT. A emissora construiu sua história tendo como um dos pilares a teledramaturgia da Televisa, que até hoje exibe seus folhetins na emissora, caso de A Desalmada (foto abaixo).
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No entanto, já faz alguns anos que a Globo se aproximou da gigante mexicana e vem se tornando uma grande parceira da mesma no país, o que pode custar caro para o canal de Silvio Santos no futuro.
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A mais nova empreitada envolvendo Globo e TelevisaUnivision prevê coproduções e o “intercâmbio” de produtos para serem exibidos em seus respectivos serviços de streaming. No novo acordo, inicialmente, a ViX+, plataforma da Televisa, exibirá com exclusividade na América Latina a novela Todas as Flores, produzida para o Globoplay.
Parceria que promete!
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Em contrapartida, o Globoplay conta com exclusividade para trazer ao Brasil os folhetins La Mujer del Diablo e Travesuras de La Niña Mala, da TelevisaUnivision.
“Tanto o Globoplay como a ViX+ têm a ambição de mostrar que players regionais são atores importantes no cenário do streaming e que a sua relevância irá aumentar ao longo dos anos”, disse Erick Brêtas, diretor de Produtos Digitais e Canais Pagos da Globo, em comunicado oficial.
“São duas empresas internacionalmente reconhecidas pela alta qualidade de suas produções e responsáveis por séries, novelas e filmes icônicos e muito queridos por seus públicos. É uma ótima oportunidade de levar esses conteúdos para nossas enormes audiências, que estão acostumadas com o storytelling e com a produção de qualidade tanto da Globo como da TelevisaUnivision”, completou Pierluigi Gazzolo, presidente da TelevisaUnivision.
Namoro antigo
Não é de hoje que Televisa e Globo ensaiam uma aproximação mais efetiva. Em 2013, quando a Televisa abriu um escritório no Brasil, a gigante mexicana de entretenimento deixou claro que tinha interesse em firmar parcerias com a maior emissora do Brasil.
De acordo com o site Notícias da TV, em matéria publicada em 10 de outubro de 2013, a Televisa havia nomeado o advogado José Maurício Fittipaldi como diretor-geral de negócios em seu novo escritório no Brasil. A missão de Fittipaldi era vender formatos da Televisa e buscar parcerias locais para coproduções.
A ideia era ir além dos acordos realizados com canais brasileiros naquele momento. Até então, a Televisa havia vendido novelas para serem exibidas dubladas em canais como SBT e CNT. Além disso, SBT e Record fizeram tratos para a produção de versões nacionais de novelas baseadas em textos mexicanos.
Nada de disputa…
A intenção era apostar em compromissos mais “agressivos”, no qual a Televisa teria um maior controle sobre produtos realizados em coproduções, algo que não acontecia nos acordos com SBT e Record. Neste cenário, o diretor da Televisa no Brasil considerava até mesmo uma aproximação com a Globo e com os canais pagos do grupo.
“Queremos inserir produtos com a qualidade Televisa no mercado brasileiro”, afirmou Fittipaldi.
Ao ser perguntado sobre a concorrência com a emissora carioca, já que a Globo era (e ainda é) a principal produtora de novelas no Brasil, Fittipaldi foi categórico.
“De certa forma, são conteúdos que vão disputar o mesmo espaço, mas estamos dispostos a trabalhar com eles também”, afirmou, na época.
Mexicanas na Globo
Globo e Televisa se aproximaram bastante nos últimos anos, sobretudo em razão do crescimento de seus respectivos serviços de streaming. Ao oferecer novelas como um dos principais produtos do Globoplay, a Globo tratou de ampliar seu leque.
Além do seu próprio acervo de novelas, a emissora começou a importar folhetins para fortalecer o seu cardápio. Com isso, o Globoplay passou a disponibilizar clássicos mexicanos, como Maria do Bairro (1995) e A Usurpadora (1998), além de produções mais recentes, como Cair em Tentação (2017) e a nova versão de Os Ricos Também Choram.
As produções da Televisa também ganharam espaço no Viva, canal pago do Grupo Globo. Marimar (1994) já foi exibida no canal e, atualmente, A Usurpadora está no ar no horário nobre.