Karol Conká, eliminada do BBB21 com recorde de rejeição, 99,17% (superando Nego Di, que saiu com 98,76%), foi entrevistada por Ana Maria Braga nessa quarta-feira (24) no Mais Você. Bem assessorada, mostrou um comportamento completamente diferente do exposto na entrevista com Ana Clara, na madrugada, após sua saída da casa, ainda sob impacto dos acontecimentos e com pouca informação daqui de fora.

Muito cobrou-se nas redes sociais que, após a eliminação, houve um hiato de tempo muito longo até que Conká aparecesse com Tiago Liefert, tendo o apresentador inclusive chamado o intervalo comercial, o que não é prática do programa. Foi tempo suficiente para, pelo menos, alertar a eliminada de sua situação fora da casa e orientá-la que baixasse o tom de empáfia que marcou sua participação no programa.

Assessoria

Passada a noite, já no Mais Você, Conká revelou ter conversado com familiares, assessores e amigos. Calma, com o semblante sério, pareceu outra pessoa. Primeiro comparou-se a Carminha e Nazaré, pelo comportamento vilanesco, mas desconsiderou que essas vilãs eram odiadas pelo público na mesma medida em que eram amadas. E que vilãs de novelas são ficcionais.

Conká respondeu às cobranças de Ana Maria Braga e reconheceu que agiu mal na maioria das situações dentro do BBB, que excedeu-se nas “tretas”, que dissimulou, mentiu e que insuflou os colegas uns contra os outros. Ainda reconheceu que tem problemas psicológicos e que precisa de terapia: “São traumas, são gatilhos despertados.“, “Levei minha perturbação para a casa e causei perturbação.

A assessoria foi importante, tanto no momento logo após a eliminação quanto antes da entrevista no Mais Você. A carga negativa sobre Karol Conká é devastadora. Assumir a culpa pelos seus atos e desculpar-se é o mais acertado nesse momento. Se foi dissimulada em suas respostas a Ana Maria Braga ou não, se os pedidos de desculpa são sinceros ou não, é algo que ela precisará trabalhar com psicólogos, família e amigos.

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As tretas com os participantes

Conká enrolou-se para tentar explicar os VTs de sua “animosidade” contra Lucas Penteado e negou que tenha reclamado do sotaque de Juliette. Sobre a briga com Carla Diaz, reconheceu: “É bem agressivo o jeito que eu falo (…) Infelizmente acabei explodindo, não aceitando o fato de estar sentindo ciúmes. Coisa de gente controladora (…) Fui a locona do rolê“, concluiu.

Porém, desmentiu Nego Di, que afirmou em sua entrevista no Mais Você que se sentiu usado por ela. Conká contra-argumentou dizendo que o jogo começou com ele e Projota: “Chega a ser injusto ele falar isso. Todo mundo sabe que esse grupo [gabinete do ódio] começou com Nego Di e Projota (…) Tenho a sensatez suficiente para reconhecer que não foi dessa forma“.

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Arrependimento

E arrependeu-se de ter participado do BBB21: “Se eu soubesse que seria dessa forma nem teria entrado no programa, teria buscado tratamento (…) Não concordo com nada do que fiz ali, me envergonho e, se pudesse voltar no tempo, não teria feito um monte de coisa. (…) O Brasil não merece esse tipo de entretenimento. E nem minha família merece passar por ameaças. Estão me apedrejando por passar dos limites, mas estão passando do limite comigo“.

Para finalizar, assumiu o clichê “Eu não sou essa pessoa aqui fora” concluindo: “O que posso levar dessa situação é que tenho que procurar ajuda psiquiátrica.” E pediu perdão ao público e aos colegas do BBB21 que envolveu em confusões.

Ana Maria Braga, como nas vezes anteriores, fez perguntas diretas e necessárias, foi incisiva, cobrou, mas com delicadeza e habilidade que poucos entrevistadores têm. Ratifico que Karol Conká agiu corretamente na entrevista: assumiu os erros. Se não foi sincera, é algo que ela precisará trabalhar. Pelo menos não jogou a culpa nos outros dizendo que foi manipulada, como fez Nego Di.

SOBRE O AUTOR
Desde criança, Nilson Xavier é um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: no ano de 2000, lançou o site Teledramaturgia, cuja repercussão o levou a publicar, em 2007, o Almanaque da Telenovela Brasileira.

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