No início, Globo Rural era chamado de Mandioca News e nem tinha estúdio

06/01/2018 às 13h00

Por: Thell de Castro
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Tradicional programa das manhãs de domingo, o Globo Rural completa 38 anos hoje (6). A atração, comandada por Nelson Araújo e Helen Martins, tem um público fiel e costuma registrar alta audiência, mesmo estando no ar em um horário tão ruim para os índices. No entanto, os primeiros meses do jornalístico, em 1980, foram muito complicados.

Na época, ninguém acreditava no sucesso do telejornal rural criado por Luiz Fernando Mercadante, então diretor da Central Globo de Jornalismo em São Paulo, a partir de atração homônima transmitida pela Rádio Globo paulista desde os anos 1970. O novo programa era conhecido internamente, de forma pejorativa, como Mandioca News.

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O Globo Rural estreou no dia 6 de janeiro de 1980, com a missão de informar e prestar serviços para o homem do campo. O escolhido para a apresentação foi o então repórter Carlos Nascimento, oriundo de Dois Córregos, interior de São Paulo. O editor-chefe era Humberto Pereira. Silvia Poppovic era a editora da seção de cartas. O premiado repórter José Hamilton Ribeiro passou a integrar a equipe do programa em 1983.

O jornalístico não tinha nem estúdio próprio para as gravações. Como não havia horário disponível na emissora em São Paulo durante o dia, o jeito era gravar nas madrugadas de sexta para sábado. A edição era fechada por volta das 21h e a equipe ficava aguardando em um restaurante ao lado da sede. Por volta da 1h da manhã, eram chamados pelos técnicos, permanecendo no local geralmente até as 3h da madrugada.

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Em sua coluna no jornal O Globo de 8 de janeiro de 1980, Artur da Távola classificou a estreia como “um passo novo da televisão“. “Era oportuno. Enfim, o campo e não só a cidade na TV. A iniciativa é mais importante e bem melhor do que foi o programa de estreia, que se ressentiu da falta de hábito e da dificuldade de criação de uma linguagem especial“, destacou.

O crítico também ponderou que o programa não se deu conta de que era nacional, devendo ser “menos paulista” e definir melhor o público-alvo. “Nada disso, porém, deslustra a iniciativa. Todo e qualquer esforço na direção de tornar o Brasil um país realmente agrícola e pecuário só pode merecer aplausos. Como as plantas, qualquer programa precisa começar pequeno. Depois cresce“, completou.

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Dito e feito. Inicialmente com 30 minutos, o Globo Rural conquistou excelente receptividade junto ao público, passando a ter 60 minutos a partir de 3 de agosto de 1980 – duração que mantém até hoje. Semanalmente, a Redação recebia centenas (ou até milhares) de cartas, com dúvidas sobre sementes, vacinas, hortas, receitas, entre outros temas do gênero. Para se ter uma ideia da repercussão, em dezembro do mesmo ano, foi eleito pela revista Veja como o melhor do ano no gênero jornalístico.

Ao longo dos anos, diversos apresentadores passaram pelo comando do programa, incluindo William Bonner, em 1988. Evaristo Costa, que deixou a Globo ano passado, também passou pela atração.

Em 9 de outubro de 2000, o Globo Rural ganhou uma edição diária, com 15 minutos de duração. Essa atração seguiu até 28 de novembro de 2014, quando foi substituída pelo telejornal Hora Um da Notícia. No entanto, a versão dominical segue firme e forte, com seu público fiel e atenta às novidades do agronegócio nacional.


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