Para comemorar o Dia Nacional do Samba, festejado em 2 de dezembro, Marcos Mion preparou uma homenagem a Zeca Pagodinho na última edição do Caldeirão com Mion.

Marcos Mion no Caldeirão com Mion
Marcos Mion no Caldeirão com Mion (Reprodução / Globo)

Durante a celebração, foram veiculadas diversas participações do cantor pelos programas da casa, incluindo um que a Globo certamente quer esquecer que existiu.

O festejo ficou a cargo do quadro Isso a Globo Mostra, espaço em que o apresentador relembra fatos interessantes na história do canal e que, recentemente, passou a lhe permitir zoar a emissora quando preciso.

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Programa de pagode da Globo

Kelly Key no Samba, Pagode e Cia.
Kelly Key no Samba, Pagode e Cia. (Reprodução / Globo)

Para homenagear Zeca, Marcos Mion desenterrou o programa Samba, Pagode & Cia., atração colocada no ar em 1999, que funcionava como uma espécie de Esquenta – extinta atração comandada por Regina Casé. A diferença é que o programa era pensado exclusivamente para o pagode, gênero que vivia um boom musical nos anos 90.

O problema é que o formato comandado por Kelly Key – antes do sucesso cantando músicas Pop -, Netinho de Paula – na época no Negritude Jr. – e Salgadinho – no Katinguelê -, fracassou e ficou apenas 49 dias no ar.

“E a apresentadora é a Kelly Key?”, disse Mion em cena, chocando-se com a falta de assimilação da artista com o gênero musical destacado no programa.

O cenário do antigo título simulava um bar, com artistas se apresentando e figurantes agindo como se fossem clientes. Devido à baixa audiência, a formatação do sabatino foi sendo alterada até deixar a grade da Globo em definitivo.

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Maior fracasso do canal?

Programa Raul Gil
Raul Gil em sua atração no SBT (Reprodução / SBT)

Após o programa ser atropelado no Ibope pelas concorrentes, a direção de programação tomou uma atitude. O formato foi alterado e passou a incluir histórias fictícias vivenciadas pelos apresentadores, como se fossem novelinhas.

Mas de nada adiantou. Raul Gil (foto acima), que na época era contratado da Record e vivia uma grande fase, chegou a abrir quase 10 pontos de vantagem sobre a Globo com as suas crianças prodígios e seus calouros.

A surra na audiência fez com que a Record tripudiasse sobre a rival e que um apresentador da atração de pagode disparasse uma crítica pública à emissora carioca.

“A Globo é comandada por pessoas elitistas e sem identidade com o povo. O popular, para os diretores da Globo, é a coisa mais brega do mundo. Fazer pagode tomando champanhe não dá certo mesmo”, reclamou Netinho à agência TV Press em 13 de maio de 2001.

Já o atual contratado do SBT festejou:

“Para concorrer comigo, a Globo pôs no ar Samba, Pagode & Cia. Pus as crianças em cima dos pagodeiros e eles perderam até o rumo de casa”, disse Raul Gil em abril de 2000 à Isto É Gente.

 

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Programa cancelado em tempo recorde

Samba Pagode e Cia - Netinho de Paula
Netinho de Paula no Samba, Pagode e Cia. (Reprodução / Globo)

Sem reação, o título deixou a grade da TV dos Marinhos em 15 de maio de 1999, menos de dois meses após a sua estreia.

No lugar, os filmes retornaram para o horário da tarde dos sábados, mas seguiam perdendo para Raul aqui e acolá.

Nem Luciano Huck, que estreou o seu Caldeirão em 2000, foi capaz de vencer o apresentador da concorrente tão rapidamente. O marido de Angélica só conseguiu reaver a liderança perdida de forma definitiva no ano seguinte.

Chega de sofrer, chega de chorar

Samba, Pagode & Cia.
Samba, Pagode & Cia.

Apesar de rumores que diziam que o formato havia sofrido uma pausa, a Folha de S. Paulo garantiu que a saída do ar era definitiva.

“Apesar de Aloysio Legey [ex-diretor da Globo] estar estudando modificações para o Samba, Pagode & Cia., a Globo já contatou os empresários dos pagodeiros para rescindir seus contratos”, afirmava a publicação na época.

Passaram pelo palco do Samba, Pagode & Cia. artistas como Exaltasamba, Soweto, Eliana de Lima, Os Morenos, Karametade, Sem Compromisso, entre outros.

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Dyego Terra

Dyego Terra é jornalista e professor de espanhol. É apaixonado por TV desde que se entende por gente e até hoje consome várias horas dos mais variados conteúdos da telinha. Já escreveu para diversos sites especializados em televisão. Desde 2005 acompanha os números de audiência e os analisa. É noveleiro, não perde um drama latino, principalmente mexicano, e está sempre ligado na TV latinoamericana e em suas novidades. Análises e críticas são seus pontos fortes. Leia todos os textos do autor