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A primeira temporada do The Voice Brasil estreou em setembro de 2012 e foi um baita sucesso. O êxito de audiência, crítica e público fez o formato ingressar de vez na grade da Globo. Porém, dez anos se passaram e a décima primeira temporada, que estreou em novembro deste ano, já não tem nem um terço da repercussão que o programa teve um dia.
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Não por acaso, a atual edição começou bem mais tarde (em novembro ao invés de setembro ou outubro) porque o número de episódios diminuiu. E não é difícil entender as razões para tamanho desgaste.
As reformulações são mínimas em virtude do formato ser baseado no original holandês, o que já prejudica qualquer tentativa de maiores novidades a cada ano.
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Sem novidades
Lulu Santos está desde a primeira temporada, de 2012. Nada contra o cantor, um dos mais queridos do país, mas não há criatividade que salve qualquer originalidade em suas análises. São sempre as mesmas observações. Michel Teló está desde 2015 na atração e vencendo as disputas todo ano, vale lembrar. Iza foi um sopro de novidade em 2019, mas também já nem tem muito o que acrescentar de diferente. Gaby Amarantos saiu do Kids e foi para o adulto, ou seja, nem pode ser considerada algo novo. Mas a verdade é que o formato já se esgotou. Mesmo que o júri fosse 100% renovado, não haveria impacto.
O público está cansado da mesmice das dinâmicas. A fase mais empolgante é a das batalhas, mas as demais não despertam interesse e ainda há o fato do vencedor(a) não emplacar. O termo A voz do Brasil virou uma piada. Quem ganha some da mídia assim como os perdedores. Não emplaca músicas, não faz sucesso, enfim.
Os competidores ao menos faziam sucesso enquanto o programa estava no ar anos atrás, mas agora nem isso. A repercussão nas redes sociais é praticamente nula e, na época do auge, a atração sempre ficava entre as mais aclamadas e comentadas. São dez temporadas. Não há mais fôlego.
Fátima vai bem, mas pouco adianta
A única novidade da atual edição é a apresentação de Fátima Bernardes, que está se saindo muito bem.
Sua entrada ocorreu porque a Globo precisou realocar a estrela depois que ela decidiu sair do Encontro, programa que criou em 2012. Não foi uma ambição dela e nem o desejo da emissora. Foi uma saída possível, apenas.
Mas isso é o de menos. O apresentador tem pouca relevância no formato e mal aparece. Os jurados acabam exercendo a função de apresentadores também. Fátima tem feito um bom trabalho e a baixa audiência em nada tem a ver com ela. A resposta do público seria a mesma com Tiago Leifert ou André Marques. Porque não é um problema de apresentação, é um problema de esgotamento.
Tapa-buraco
Até mesmo a escolha musical dos participantes caiu na mesmice. São quase sempre as mesmas músicas escolhidas para apresentações e muitas vezes as vozes acabam se assemelhando, o que ajuda a explicar o motivo de tanta dificuldade dos competidores caírem nas graças do público.
Alguém lembra o campeão ou campeã da edição de 2020? Do vencedor ou vencedora da temporada do ano passado? Realmente é difícil. O pior é que já anunciaram para janeiro de 2023 mais uma temporada do The Voice Kids. A oitava. Alguém se recorda da criança que triunfou em 2021? Então…
O The Voice Brasil virou o tapa-buraco da Globo. Um mero comodismo da emissora para preencher a grade em uma época onde não há mais nada para exibir já que várias séries vêm sendo produzidas apenas para o Globoplay.
A verdade é que chegou a hora de dar tchau. Deveriam encerrar o produto em 2022 para que o resultado não fique ainda pior em 2023.