A batalha ainda continua. Após duas semanas fora das operadoras de TV por assinatura, a Simba, joint-venture formada por RecordTV, SBT, e RedeTV!, ainda tentam voltar recebendo pelo seu sinal digital, como elas querem.

Segundo informações obtidas pelo TV História, nesta quinta-feira (12), as operadoras NET/Claro TV e Vivo irão se reunir com a Simba tentando um acordo definitivo, mas com duas frentes diferentes.

Para a Vivo, a conversa é para chegar em um valor. A operadora da Telefônica concordou em pagar para ter os sinais, mas ainda rechaça algo muito elevado, por conta do medo de perder assinantes.

Já com NET/Claro, pertencentes a América Movil, o assunto é outro. A empresa, dona do maior número de assinantes no Brasil – são 9,7 milhões dos 18,2 milhões de clientes – ainda não concorda em pagar um valor, por menor que ele seja, mas tem aceitado conversar com o presidente da Simba, Marco Gonçalves.

Uma reunião nos próximos dias também deverá ser marcada com a Oi para negociar. Ela também não concorda em pagar um valor, mas também aceita se reunir para negociações.

Novamente, a única que se nega a receber a Simba é a Sky. Segunda maior operadora do País, com 5,4 milhões de assinantes, a operadora está irredutível em seu objetivo de sequer conversar.

Um avanço nisso tentou ser feito na última segunda, com envio de e-mails para marcar negociações, mas a direção da Sky novamente se negou a fazê-lo. Para os diretores das emissoras e da própria Simba, a operadora só topará negociar se outras aceitarem pagar valores.

A Simba existe desde 2015, mas apenas em maio do ano passado seu funcionamento foi aprovado pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). O funcionamento pleno começou no início deste ano.

A união já rende frutos impressionantes. Em fevereiro, Ratinho, Rodrigo Faro e Luciana Gimenez, três das maiores estrelas das emissoras da joint-venture, se uniram para anunciar o fim da TV analógica em comerciais.

No fim de março, as emissoras retiraram seus sinais digitais das TVs a cabo por não receber por eles e alegar intransigência ao não conseguir negociar com NET, Sky, Vivo, Oi e Claro.

A Simba surgiu da necessidade dos canais de cobrarem pelo seu sinal na TV por assinatura. Segundo elas, a Globo recebe dinheiro pelo seu sinal e todas as outras não conseguem um centavo das maiores operadoras do Brasil.

A expectativa é que cerca de R$ 200 milhões, apenas com as assinaturas, cheguem aos cofres dos canais se todo o plano pretendido for seguido à risca – este valor apenas na Grande São Paulo, onde estão 7 milhões de assinantes.

Esse dinheiro deve ser aplicado na produção de conteúdo. Elo mais fraco da corda, a RedeTV! espera que essa joint-venture ajude o canal a diminuir os horários vendidos em sua grade – hoje em mais de 50% no total.

Procurada pelo TV História, a assessoria de imprensa da Simba confirmou as reuniões com Net/Claro e Vivo para esta quinta-feira e diz esperar “boas novidades”.


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