Uma das apostas da Max (antiga HBO Max) para fortalecer a produção de novelas brasileiras é o remake de Dona Beja. O folhetim, inspirado na trama clássica da extinta Manchete, traz Grazi Massafera e grande elenco para recontar a história da “feiticeira do Araxá”.

Grazi Massafera como Dona Beja
Grazi Massafera como Dona Beja (divulgação)

Mas parece que alguém jogou mau olhado na produção. Desde que foi anunciada, a nova versão de Dona Beja só encontrou problemas pelo caminho.

A trama chegou a ter sua produção suspensa, enfrentou reclamações do elenco, atrasos e até acusação de assédio.

Bianca Bin

Bianca Bin em Dona Beja
Bianca Bin em Dona Beja

Um dos conflitos dos bastidores de Dona Beja aconteceu com Bianca Bin, que vive uma rival de Beja na trama. No final do ano passado, a atriz discordou da maneira como os trabalhos estavam sendo tocados e teria até mesmo pedido para sair.

O desconforto acabou contornado e a atriz permaneceu na produção. No entanto, ainda assim, Bianca Bin acabou deixando Dona Beja antes do final das gravações, de acordo com o portal Notícias da TV.

Segundo a publicação, as gravações atrasaram, o que obrigou a produtora Floresta a negociar uma extensão no contrato dos atores. Porém, Bianca Bin não teria aceitado o acordo e, por isso, a produtora precisou rodar todas as cenas da personagem Angélica antes do fim do contrato com a artista.

Consultada pela publicação, a Max negou qualquer problema.

“As diárias de gravação da Bianca na novela acabaram, dentro do previsto. Ou seja, ela já gravou todas as cenas que tinha na novela. O mesmo está acontecendo com outros talentos, já que a produção está se encaminhando para a fase final das gravações em breve”, disse o serviço de streaming da Warner ao Notícias da TV.

Elenco revoltado

No entanto, não foi apenas Bianca Bin quem teria ficado insatisfeita nos bastidores de Dona Beja. Outros nomes do elenco teriam ficado incomodados com o andamento das gravações da novela.

De acordo com o jornal O Globo, em outubro do ano passado, os atores estariam reclamando de alterações nas cenas realizadas em cima da hora. Os artistas também chegaram a reclamar do fato de as sequências serem gravadas de uma vez, sem possibilidade de refazer cenas.

Na mesma época, o colunista Flavio Ricco, do R7, já havia apontado problemas nas gravações do folhetim. O jornalista informou que o método de trabalho do diretor português Hugo de Sousa, diretor geral da trama, teria causado estranheza no elenco.

Assédio

De acordo com a coluna Play do jornal O Globo, em 8 de março de 2024, a produção de Dona Beja também precisou lidar com acusação de assédio. Segundo a publicação, houve relatos de assédio a uma figurante durante gravações em Sapucaia, no interior do Rio de Janeiro.

O jornal procurou a plataforma, mas a assessoria de imprensa da Max disse que não comentaria o assunto.

Atrasos

Grazi Massafera e David Jr. em Dona Beja
Grazi Massafera e David Jr. em Dona Beja

A produtora Floresta anunciou os direitos sobre o texto de Dona Beja em 2021. Pouco tempo depois, surgiu a informação de que a trama seria produzida para a Max, então chamada de HBO Max.

Na época, o serviço de streaming da Warner alardeava a criação de um núcleo para a produção de novelas nacionais, chefiado pelo veterano Silvio de Abreu. Beleza Fatal – então chamada de Segundas Intenções – e Dona Beja foram confirmadas como as primeiras novelas da plataforma.

Porém, pouco depois do anúncio, começou o processo de fusão entre Warner e Discovery, o que suspendeu todas as produções planejadas. Por isso, tanto Beleza Fatal quanto Dona Beja se tornaram dúvida. Havia quem acreditasse que as novelas não sairiam do papel.

Terminada a fusão, as novelas foram retomadas. Mas Dona Beja passou a enfrentar constantes atrasos nas gravações. Inicialmente, o planejamento era encerrar os trabalhos no final do ano. Depois, foram estendidos até março. Agora, o plano é acabar em abril. Por conta dos atrasos, a produtora precisou negociar a extensão dos contratos dos atores.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor