Há 19 anos, em 22 de novembro de 2004, estreava na tela da Globo a novela Como Uma Onda. Encomendada pela emissora ao escritor Walther Negrão para a faixa das seis, a obra tinha a proposta de repetir o êxito de Tropicaliente, escrita pelo novelista em 1994.

Como Uma Onda - Maria Fernanda Cândido
Maria Fernanda Cândido em Como Uma Onda (Divulgação / Globo)

Visando o sucesso que a produção obteve no Brasil, e principalmente no exterior, já que a trama bateu recorde de vendas, a direção da Globo pediu a Walther que escrevesse mais uma novela praiana baseada na história levada ao ar dez anos antes.

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Na nova produção, o litoral catarinense era o lugar de destaque para as locações e os protagonistas foram interpretados por Ricardo Pereira e Aline Moraes.

Aline Moraes, Ricardo Pereira e Joana Solnado em Como Uma Onda
Almerinda (Joana Solnado), Daniel (Ricardo Pereira) e Nina (Alinne Moraes) Como Uma Onda (Divulgação / Globo)

Como Uma Onda narrava a história das irmãs Nina (Moraes) e Lenita (Mel Lisboa), que em uma viagem ao litoral se apaixonam pelo mesmo homem: Daniel (Ricardo Pereira). Porém, o rapaz está envolvido com a portuguesa Almerinda (Joana Solnado).

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Como Uma Onda é remake de qual novela?

Paco Sanches em Como Uma Onda
Paco Sanches em Como Uma Onda (Reprodução / Globo)

Como Uma Onda não chegou a ser um remake assumido de Tropicaliente, mas bebeu bastante da fonte do folhetim dos anos 90 escrito por Walther Negrão.

A prova é que, além do cenário praiano – que foi excessivamente utilizado nos trabalhos do autor -, um dos personagens foi resgatado da novela de 1994.

Manjubinha (Paco Sanches), um pescador que possuía um núcleo familiar formado pelas filhas Benvinda (Giovanna Antonelli) e Berenice (Daniela Escobar), retornou uma década depois como um dos parceiros de Pedroca (Tato Gabus), um namorador de marca maior.

 

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Novela afundou a Globo

Kadu Moliterno e Maria Fernanda Cândido em Como Uma Onda
Kadu Moliterno e Maria Fernanda Cândido em Como Uma Onda

Mas o público não comprou a tentativa de adaptação e Como Uma Onda acabou passando despercebida, mesmo contando com 179 capítulos. Até hoje, a trama não é muito recordada e sequer ganhou uma reprise.

Outrora retratando o nordeste com um clima de eterno verão em Tropicaliente, o autor não conseguiu o mesmo sucesso com o calor mais ameno do Sul, que acabou não dando à nova história a forte sensação praiana que a direção global pretendia.

Apesar da fraca audiência e repercussão quase nula por aqui, o título acabou fazendo sucesso no mercado internacional, sendo adquirido por 13 países no mesmo ano de sua produção, cumprindo em partes com o objetivo da rede carioca de conquistar o mercado exterior. Mas, com certeza, rendendo bem menos que o planejado pela alta cúpula da Globo.

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Dyego Terra

Dyego Terra é jornalista e professor de espanhol. É apaixonado por TV desde que se entende por gente e até hoje consome várias horas dos mais variados conteúdos da telinha. Já escreveu para diversos sites especializados em televisão. Desde 2005 acompanha os números de audiência e os analisa. É noveleiro, não perde um drama latino, principalmente mexicano, e está sempre ligado na TV latinoamericana e em suas novidades. Análises e críticas são seus pontos fortes. Leia todos os textos do autor