Elas por Elas é uma novela com sete protagonistas. Ou, ao menos, é o que deveria ser. Mas, na prática, a trama escrita por Thereza Falcão e Alessandro Marson, baseada na obra de Cassiano Gabus Mendes, dá mais destaque a quatro das sete mulheres que lideram o enredo.
As grandes mocinhas são Renée (Maria Clara Spinelli) e Adriana (Thalita Carauta), enquanto Helena (Isabel Teixeira) é a grande vilã. Já Lara (Deborah Secco) se divide entre mocinha e alívio cômico. Enquanto isso, Taís (Késia), Carol (Karine Teles) e Natália (Mariana Santos) não têm o mesmo espaço das colegas.
[anuncio_1]
As mocinhas e a vilã
Mocinha de novela tem que sofrer muito. Por isso mesmo, Renée aparece como a grande sofredora de Elas por Elas. Desde o início da novela, a confeiteira não teve paz: foi abandonada pelo marido, perdeu o negócio da família, foi alvo do preconceito do cunhado e, atualmente, perdeu a disputa pela guarda da enteada.
Mas Adriana divide o posto com Renée, já que a veterinária é a típica heroína que vive um amor cheio de obstáculos. E ela tem direito a uma grande rival, Helena. As duas disputam Jonas (Mateus Solano), e a empresária não mede esforços para acabar com a inimiga. Ou seja, é a grande vilã.
Lara também tem seus momentos de mocinha. Tanto que, nos próximos capítulos, ela perderá tudo após um golpe aplicado por Roberto (Cassio Gabus Mendes). Mas a advogada também tem um pé na comédia, já que sua parceria com Mário Fofoca (Lázaro Ramos) sempre rende momentos divertidos.
[anuncio_2]
Jogadas para escanteio
Essa configuração de Elas por Elas dá muito espaço para que Adriana, Helena, Renée e Lara vivam grandes momentos e estejam sempre com os holofotes virados para si. Com isso, sobra pouco para Taís, Carol e Natália, que acabaram ficando meio de lado.
Taís deveria ter mais destaque, já que sua trama está diretamente ligada à de Lara. Porém, todo o drama envolvendo a identidade da Patinha não empolgou, o que acabou apagando a modelo na história. Ela vive um casamento insosso com Pedro (Alexandre Borges) e não tem uma trama de apelo.
Mas o pior acontece com Natália e Carol, que, curiosamente, são personagens com tramas interligadas. Ambas são as mais próximas do mistério envolvendo a morte de Bruno (Luan Argollo) – enquanto Natália tenta desvendar um suposto assassinato, Carol se envolve com Marcos (Luan Argollo), repetindo a história do passado, quando se deu mal ao se apaixonar pelo irmão da amiga.
[anuncio_3]
Apagadas
Dentro da história de Elas por Elas, Natália e Carol estão na trama mais desinteressante. A personagem de Mariana Santos é sombria demais, e é muito difícil embarcar em sua dúvida sobre a morte do irmão. Enquanto isso, Carol tem como principal drama o suposto azar no amor – embora ela seja a que mais teve namoros ao longo da novela.
Ao que tudo indica, Natália tem uma paixão recolhida pela amiga, daí sua dificuldade em lidar com os romances da pesquisadora. É uma história que tem potencial, mas, estranhamente, não é desenvolvida adequadamente. Isso leva as duas amigas a ficarem “soltas” na trama. Estão apagadas.
Elas por Elas caminha para a reta final e ainda reserva reviravoltas nas vidas de Renée, Adriana, Lara e Helena. Mas, enquanto isso, Taís, Natália e Carol devem permanecer à deriva, em busca de uma história mais envolvente.
